Apoie o DCM

Bancada feminina quer derrubar veto de Bolsonaro à distribuição de absorventes

Bolsonaro
Deputadas e senadoras querem derrubar o veto de Bolsonaro

A bancada feminina do Congresso articula para derrubar o veto do presidente Bolsonaro do trecho que previa a distribuição gratuita de absorvente para estudantes de baixa renda de escolas públicas e pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema. A decisão do governante foi publicada nesta quinta (7) no Diário Oficial da União e gerou revolta.

Para derrubar o veto presidencial, é preciso de 257 votos de deputados e 41 de senadores. Ainda não se sabe quando ocorrerá a análise do veto. O objetivo do projeto era combater a precariedade menstrual. Identificada como falta de acesso ou a falta de recursos que possibilitem a aquisição.

Autora da proposta, a deputada Marília Arraes (PT) ficou “impressionada” com o veto. E destacou que lideranças partidárias no Congresso aprovaram o projeto.

“É uma pena que tenha sido vetado, inclusive diante de pontos que tinham sido conversados e negociados com as próprias lideranças do governo. Enfim, nada foi considerado. Eu tenho certeza de que esta Casa vai fazer jus à vontade do povo brasileiro, como é nossa obrigação — nossa função é representar o povo brasileiro — e derrubar esse veto, que é um verdadeiro absurdo, absurdo para as mulheres do Brasil”, declarou para o Jornal Nacional.

A deputada Celina Leão (PP) é a coordenadora da bancada feminina da Câmara. E explicou que o Congresso aprovou o projeto um projeto com “impacto financeiro mínimo”. Ou seja, apontava fonte dos recursos.

“Se R$ 84 milhões for muito dinheiro para o governo não dar condição a meninas e mulheres, eu acho que o governo tem que rever os seus princípios. Ele precisa repensar a forma de tratar as mulheres no Brasil”, pontuou.

Líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-MS) falou que o presidente estava tratando o tema com “descaso”. E também alegou “falta de empatia/’.

“Veto à distribuição gratuita de absorventes a milhões de estudantes pobres de escolas públicas, moradoras de rua e presidiárias é falta de empatia, desconhecimento da realidade e descaso. Chega a ser cruel”, protestou.

Leia mais:

1 – Cientistas fazem apelo após Economia fazer corte milionário em recursos destinos à pesquisa

2 – VÍDEO: Delegado da Cunha é encaminhado à delegacia por porte ilegal

3 – Em nova onda de corte de custos, Globo demite jornalistas veteranos

Veto de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro vetou a oferta gratuita de absorventes e outros cuidados de saúde menstrual. O projeto de lei 2968/20199 foi aprovado no Congresso Nacional e criava um novo programa de distribuição.

O Programa de Fornecimento de Absorventes Higiênicos iria entregar itens de higiene a alunas do ensino médio e de anos finais do ensino fundamental, além de mulheres em situação de rua, de vulnerabilidade social extrema, presidiárias e apreendidas.