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Bolsonaro decidiu pedir impeachment de ministros ao saber de reunião de Barroso e Mourão

Jair Bolsonaro e Mourão. FOTO: VALTER CAMPANATO

A declaração de guerra ao Supremo Tribunal Federal (STF) de Jair Bolsonaro ocorreu após saber do encontro de Hamilton Mourão e Luis Roberto Barroso.

O vice-presidente se reuniu com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para conter a crise e prometer que não haveria golpe.

Após saber do encontro, ele foi às redes prometer levar um processo contra Barroso e Alexandre de Moraes ao Senado Federal.

Para ele e seus assessores, Mourão articula com a Corte a favor do impeachment, segundo o Poder360.

O encontro de Mourão e Barroso

Enquanto o presidente acompanhava a “tanqueciata” na última terça (10), o vice-presidente procurou o magistrado.

Questionado se os militares embarcariam na aventura golpista, Mourão garantiu que não haverá golpe.

Ele disse que a chance de ruptura institucional é “zero”.

Mesmo aliviado, Barroso afirmou que estava perplexo com os ataques do presidente.

Ele foi chamado de “imbecil”, “idiota” e “filho da puta” pelo presidente.

E também soube que Bolsonaro planejava fazer voos rasantes com jatos da FAB (Força Aérea Brasileira) sobre o prédio do Supremo.

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A declaração de guerra de Bolsonaro

Após ataques, ameaças e provocações, Bolsonaro decidiu declarar guerra oficialmente.

O presidente recentemente foi incluído no inquérito das fake news e virou alvo de processo administrativo na corte eleitoral.

Atualmente, são sete investigações que miram o presidente nos dois tribunais.

Nas últimas semanas ele tem ameaçado os ministros da Corte.

O presidente sugeriu colocar apoiadores nas ruas para “dar o último recado” a Barroso.

“Se o povo estiver comigo, nós vamos fazer com que a vontade popular seja cumprida”, disse ele no cercadinho.

Ele também chamou Moraes de “ditador” e ameaçou:

“A hora dele vai chegar”.

Ironicamente, a declaração de guerra do presidente à Corte não surgiu quando mandou colocar tanques de guerra nas ruas.

O conflito foi anunciado pelo Twitter, quatro dias depois do ato golpista.