Bolsonaro quer decretar fim da pandemia por estratégia eleitoral
O presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende decretar o “fim da pandemia” no mesmo período em que lançará oficialmente sua campanha à reeleição. Em entrevista, ele voltou a afirmar, na quarta-feira (16), que o governo pretende decretar o fim da pandemia de Covid-19 no Brasil.
Desde o início do mês ele tem falado disso, mas agora estipulou uma previsão de data: final de março. A decisão deve ser tomada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que rebaixará o status da doença para “endemia”. O ministério foi procurado pela reportagem do UOL, mas não confirmou a intenção de revogar o status da pandemia.
A decisão, se confirmada, atropelaria a Organização Mundial da Saúde (OMS), que é quem faz essas alterações. Bolsonaro pretende, no entanto, lançar oficialmente sua campanha de reeleição no dia 26 de março, e quer que a manobra aconteça antes disso.
De acordo com um levantamento da Quaest Consultoria, divulgada nesta quinta-feira (17) pela Genial Investimentos, o eleitorado de Bolsonaro está menos preocupado com a Covid-19 do que os apoiadores de outros candidatos. 31% dos bolsonaristas, por exemplo, querem autorização para não usar máscaras em qualquer ambiente, mesmo os fechados. Essa fatia é de 11% entre os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 18% com os apoiadores de outros candidatos.
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Fim da pandemia? Para Bolsonaro, sim
Em entrevista à TV Ponta Negra, filiada do SBT no Rio Grande do Norte, o presidente Jair Bolsonaro (PL) seguiu afinado com o entendimento de boa parte de seu eleitorado e reforçou a intenção de decretar o fim da pandemia no Brasil.
“Realmente não se justifica mais todos esses cuidados no tocante ao vírus. Todo mundo vê que praticamente acabou isso daí”, afirmou ele. A frase, no entanto, vai na contramão de alertas da OMS sobre um novo aumento de casos da doença pelo mundo.