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Brasileiros deportados dos EUA falam em travessia pelo esgoto, fome e frio

Deportados dos EUA brasileiros chegaram ao Aeroporto de Confins com moletons amarelos e cinzas.
Deportados brasileiros chegaram ao Aeroporto de Confins com moletons amarelos e cinzas. Foto: Flávia Ayer / TV Globo

Neste sábado (05), mais 187 pessoas foram deportados dos EUA. O voo com os exilados, que veio do estado do Texas, aterrissou às 13h15 no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.

Os brasileiros que tentaram imigrar ilegalmente estavam presos no Texas. Eles ficaram algemados durante todo o trajeto. Eles desembarcaram com a roupa do corpo, todos com camisas de malha pretas e moletons amarelos e cinzas, que receberam do governo norte-americano. Carregavam sacolas plásticas com água e comida que ganharam no aeroporto – antes disso, estavam sem comida, além de mantas e os documentos.

Um homem de 55 anos, de Governador Valadares, acompanhado da esposa e do filho, relata condições precárias durante a prisão. “A gente que ganha um salário mínimo pra sobreviver vai tentar algo melhor”, disse. Ele saiu em 14 de janeiro do Brasil. Para atravessar a fronteira entre México e os Estados Unidos, passou num trecho de esgoto. “O coiote deixou a gente na beira do rio. Quando atravessamos, fomos pegos”, conta.

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Deportados dos EUA x fome e frio

O restante da bagagem foi confiscado pelo governo norte-americano. Havia muitas crianças, algumas de colo. Vários pais choraram ao pisar no saguão do aeroporto. Muitos passageiros disseram que passaram fome e frio no período em que estiveram presos. Até medicamentos foram negados às crianças.

E o que eles contam são cenas de um pesadelo, com maus-tratos, falta de banho, comida e, principalmente, falta de assistência às crianças e adolescentes pelos agentes norte-americanos.

“Crianças vomitavam, estavam recebendo só maçã, suco e burritos, que era uma massa que elas passavam mal. Os banheiros tinham um metro de altura, todo mundo usava junto”, conta um homem, de Betim, que pagaria R$ 90 mil para um coiote se conseguisse permanecer nos Estados Unidos.

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