Carrefour contrata diretor negro para área de segurança após assassinato de João Alberto
Do Estadão
Depois que o soldador João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, foi espancado e morto por dois seguranças de uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre, em novembro de 2020, a multinacional foi alvo de protestos em suas lojas, repercussão negativa internacional e ação na Justiça.
A tragédia fez com que a empresa decidisse acabar com a terceirização na área de segurança e contratasse um diretor negro para conduzir outras mudanças internas, como o uso de câmeras corporais no uniforme dos vigilantes.
Consultorias de diversidade racial observam avanços nas medidas, mas destacam a necessidade de estratégias permanentes de inclusão.
Em junho deste ano, o Carrefour assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal gaúcho e as ONGs Educafro e Centro Santo Dias de Direitos Humanos para promover ações de valorização da diversidade. Interna e externamente.
Nos mercados, o Plano Antirracista vai desde protocolos de segurança, canal de denúncias, treinamentos para dirigentes e trabalhadores sobre diversidade racial até compromissos em relação à cadeia ou rede de fornecedores.
Em 2009, homem negro foi espancado por seguranças do Carrefour acusado de roubar o próprio carro
O Geledés Instituto da Mulher Negra publicou em sua página na internet um dossiê com os casos de racismo no Carrefour que denuncia desde 2009.
O primeiro da série foi o caso de um homem que foi espancado em uma loja de Osasco, na Grande São Paulo, acusado de roubar o próprio carro.
O funcionário da USP, Januário Alves de Santana, foi submetido a uma sessão de espancamentos, cabeçadas e coronhadas, por cerca de cinco seguranças do Carrefour, após eles acharem que Januário estava roubando seu próprio carro.
Enquanto ele apanhava, a mulher, um filho de cinco anos, a irmã e o cunhado faziam compras.
Em 2010, Januário Alves de Santana assinou um acordo com a rede de supermercados Carrefour para receber uma indenização.
De acordo com Dojival Vieira, advogado de Santana, detalhes do acordo não foram divulgados por força do contrato.
O pagamento foi confirmado pela assessoria de imprensa do Carrefour.
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