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Caso Moïse: quiosque prometido à família do congolês tem fezes de rato e larvas em fritadeira

Quiosque biruta
Legenda descreve “produtos expostos e misturados com urina e fezes de rato” no quiosque Biruta Foto: Reprodução

O quiosque Biruta, prometido pela prefeitura do Rio à família do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, tem uma série de denúncias que atestariam as más condições do estabelecimento. Em momentos do passado, foram encontrados “urina e fezes de ratos” em meio aos produtos e “restos de alimentos e larvas” em uma fritadeira.

Foram vários flagrantes de higiene inadequada nas dependências do Biruta. As imagens foram tiradas em 2015, no momento em que foi firmado o último contrato entre a Orla Rio, concessionária responsável pela operação e manutenção de 309 quiosques na cidade, e o dono do lugar.

O local é alvo há sete meses de uma disputa judicial. Segundo a Orla Rio, Celso Carnaval, economista de 81 anos e proprietário do espaço, cometeu uma série de irregularidades na administração do local. Uma delas foi a concessão informal da gestão para o policial militar Alauir de Mattos Faria.

Ainda em 2015, a Orla Rio fez um primeiro processo ordenando que a posse do local fosse retomada. “O operador estava em débito no pagamento de quase dois anos de aluguel e de encargos (taxa de lixo)”, dizia o texto, que citava um contexto com pontos similares aos descritos pela empresa atualmente: “No momento em que a Orla Rio retomou a posse do quiosque, constatou diversas irregularidades no local, dentre elas a péssima manipulação de alimentos e a cessão do quiosque a uma terceira pessoa não autorizada e não capacitada para tanto, além do descumprimento de obrigações trabalhistas, fiscais e também de natureza sanitária”.

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Dono de quiosque diz que não sairá após local ser cedido à família de Moïse

A intenção da Prefeitura do Rio de Janeiro de ceder os dois quiosques onde Moïse Kabagambe trabalhou à família do congolês promete não ser simples em relação a um deles, diz reportagem de Ruben Berta no UOL.

O aposentado Celso Carnaval, 81, dono do Biruta, disse que não pretende ceder o espaço. Em julho, a concessionária Orla Rio entrou com uma ação de reintegração de posse na Justiça, mas ainda não houve decisão no processo.

Nesta segunda (7), a prefeitura anunciou a cessão imediata do quiosque Tropicália, mas admitiu a pendência em relação ao Biruta. Vizinhos, os dois estabelecimentos localizados na orla da Barra da Tijuca, na altura da avenida Ayrton Senna, ficam colados um ao outro.

Em nota, a Orla Rio afirmou que “primeiro vai começar a estruturar o projeto no quiosque onde funcionava o Tropicália”. “A concessionária só dará início à segunda fase [no Biruta] junto à família de Moïse, quando tiver conseguido reaver a posse”. “Enquanto isso, a empresa aguarda o andamento do processo na Justiça.”

No processo que tramita na 1ª Vara Cível da Barra da Tijuca, Carnaval ainda nem foi localizado pela Justiça.

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