Apoie o DCM

De bolso cheio, e desconfiado de Mourão, Centrão evita falar em impeachment

Centrão teme que Mourão possa bagunçar eleição de 2022
Mourão e Bolsonaro. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Apesar da intensificação do discurso golpista de Jair Bolsonaro, o Centrão evita falar em impeachment. O bloco avalia que a pauta dificilmente avançaria no Congresso Nacional.

Eles creem que há uma desconfiança a Hamilton Mourão, que pode “bagunçar” a disputa eleitoral de 2022. Lideranças do Centrão, segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, também não aprovariam o impedimento do presidente pois estariam “bem abastecidos” de emendas.

Os parlamentares do grupo preferem manter Bolsonaro enfraquecido do que tirá-lo do poder. Eles creem que o derretimento do mandatário fortalece uma “terceira via” no próximo ano.

Leia também:

1 – Bolsonaro ficou furioso com Pacheco e quer pedir impeachment de Barroso

2 – Calculista, Kassab já fala em impeachment de Bolsonaro para salvar a própria pele em 2022

Apesar do Centrão, partidos discutem impeachment

O PSDB, que anunciou que discutiria o impeachment de Jair Bolsonaro, ganhou apoio de outros partidos. PSD, Solidariedade e MDB também se organizam para fechar uma posição sobre o assunto. As movimentações nas siglas ocorrem após os discursos golpistas do presidente no 7 de setembro.

Em Brasília, o presidente afirmou que convocaria o Conselho da República nesta quarta (8). O grupo é responsável por discutir um possível estado de sítio, estado de defesa ou intervenção federal. Mais tarde, na Avenida Paulista, ele afirmou que não cumprirá as decisões de Alexandre de Moraes.

Líderes de partidos da esquerda têm comemorado a adesão dos partidos à discussão. “Até que enfim, né? Acho importante”, disse Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT. Carlos Lupi, chefe do PDT, diz que a adesão do PSD e do PSDB é “uma reação natural” ao discurso golpista. Juliano Medeiros, que comanda o PSOL, diz que a decisão dos partidos “é muito bem-vinda”.