Apoie o DCM

Tom da crítica de Ciro a Lula é de “queima de navios”, diz Reinaldo Azevedo

Veja o Reinaldo Azevedo
Reinaldo Azevedo. Foto: Reprodução/YouTube

Ciro Gomes resolveu atacar o ex-presidente Lula usando o episódio do golpe parlamentar contra Dilma Rousseff. A estratégia do pedetista foi criticada até por Reinaldo Azevedo.

LEIA MAIS:

1 – “Pátria amada não é pátria armada”: o arcebispo Orlando Brandes, de Aparecida, é o anti-Malafaia

2 – VÍDEO – “Para ser pátria amada não pode ser pátria armada”: arcebispo critica Bolsonaro

3 – Relatório inédito revela pelo menos 216 mil vítimas de pedofilia da Igreja Católica na França desde 1950

Reinaldo critica Ciro

O colunista do UOL e da Band escreveu o seguinte no Twitter:

“Estratégia de Ciro ñ é clara. Se for eficaz, é genialidade q ninguém percebeu. Acusar Lula de ter atuado pelo impeachment de Dilma? Não aconteceu. Tivesse acontecido e fosse uma revelação, ele, Ciro, receberia mais votos da esquerda? Ataque a Lula e Dilma põe PT no alvo. Isso

é do gosto, claro, dos demais pré-candidatos, todos à direta do próprio Ciro. Mas esse tipo de acusação move o eleitorado? Poderia fazer de Ciro nome da 3ª via? Se Bolsonaro é desbancado, e outro, que não Ciro, disputa com Lula, parece certo q pedetista ñ apoia petista. Mas e se

o status não mudar e 2° turno se der entre Lula e Bolsonaro? Ciro declararia a equivalência e a neutralidade? É evidente que a crítica é parte da disputa, mas o tom é de queima de navios. Será que dá certo? Falaremos a respeito logo mais, em ‘O É da Coisa'”.

Ciro mentiu

Ciro Gomes está atacando Lula e insinuando que ele permitiu o golpe parlamentar contra Dilma Rousseff em 2016 por suas alianças com o MDB. Uma reportagem da série Vaza Jato, do Intercept com a Folha de S.Paulo, mostra o contrário disso.

Reportagem de Ricardo Balthazar, Felipe Bächtold, Bruna de Lara, Paula Bianchi e Leandro Demori mostra o seguinte sobre Lula em 8 de setembro de 2019:

“A reportagem teve acesso a anotações dos agentes que monitoraram Lula, com resumos de 22 conversas grampeadas após a interrupção da escuta em março de 2016. Elas foram gravadas porque as operadoras de telefonia demoraram a cumprir a ordem de Moro e o sistema usado pela PF continuou captando as ligações.

Os diálogos, que incluem conversas de Lula com políticos, sindicalistas e o então vice-presidente Michel Temer (MDB), revelam que o petista disse a diferentes interlocutores naquele dia que relutou em aceitar o convite de Dilma para ser ministro e só o aceitou após sofrer pressões de aliados.

O ex-presidente só mencionou as investigações em curso uma vez, para orientar um dos seus advogados a dizer aos jornalistas que o procurassem que o único efeito da nomeação seria mudar seu caso de jurisdição, graças à garantia de foro especial para ministros no Supremo.

As anotações mostram que Lula estava empenhado em buscar uma reaproximação com Temer e o MDB e indicam que seus acenos eram bem recebidos pelo vice-presidente, na época visto como fiador da transição para o novo governo que seria formado se Dilma fosse afastada do cargo.

A PF escutou duas conversas de Lula e Temer. Na primeira, eles marcaram uma reunião para o dia seguinte, e Lula disse a Temer que a rejeição enfrentada pelos políticos numa recente manifestação pró-impeachment mostrava que o avanço da Lava Jato criara riscos para todos os partidos, não só o PT”.