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Chefe da ONU e indígena destacam risco à Amazônia na COP-26 sem a presença de Bolsonaro

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Jair Bolsonaro em evento de entrega de títulos de propriedades rurais em Miracatu (SP), no Vale do Ribeira. Foto: Alan Santos/PR

Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e a ativista indígena brasileira Txai Suruí citaram o risco à proteção da Amazônia em seus discursos para mais de cem chefes de Estado na cerimônia da Cúpula do Clima (COP-26), em Glasgow, nesta segunda-feira, 1º. Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu não ir à COP-26, evento que discute estratégias para frear o aquecimento global, diz o jornal O Estado de S.Paulo.

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COP-26 sem Bolsonaro

Numa declaração que pediu maior comprometimento das nações para cortar as emissões de CO2, Guterres destacou que partes da Floresta Amazônica “agora emitem mais carbono do que absorvem”. Em julho deste ano, uma pesquisa publicada na revista científica Nature mostrou que a parte sudeste da Amazônia se tornou uma grande fonte de emissão de CO2.

“Este é o momento de dizer basta. Basta de brutalizar a biodiversidade, basta de matar a nós mesmos com carbono, basta de tratar a natureza como uma privada e de cavar nossa própria tumba”, disse Guterres. O secretário-geral da ONU também lembrou que as promessas climáticas dos países têm sido insuficientes para conter o aquecimento global.

Guterres disse que o nível do mar já dobrou nos últimos 30 anos e os oceanos estão mais quentes do que nunca. Para o chefe da ONU, “estamos no caminho para um desastre climático”.  Ele também anunciou a criação de um grupo de especialistas que irá propor padrões claros sobre como medir e analisar os compromissos sobre emissões zero.

Antes de Guterres, discursou na COP-26 Txai Suruí, jovem ativista de Rondônia que defende o povo Paiter Suruí, na Floresta Amazônica. Ela lembrou que a poluição e as mudanças climáticas causam impactos à floresta. “Hoje o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo.” Também pediu ações urgentes: “Não é 2030 ou 2050. É agora.”

Sem citar nominalmente o governo Jair Bolsonaro, a ativista de 24 anos exortou a participação dos povos indígenas nas decisões sobre as mudanças climáticas e criticou o que chamou de “mentiras vazias” e “promessas falsas”. “Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática”, disse Txai Suruí, lembrando a morte de Ari Uru-eu-wau-wau em abril de 2020.

Ari Uru-eu-wau-wau atuava em um grupo de vigilância dos povos indígenas em Rondônia. “Enquanto você fecha os olhos para a realidade, o defensor Ari Uru-eu-wau-wau, meu amigo desde criança, foi assassinado por proteger a floresta”, disse a jovem.

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