Indiciamento e ‘independência’ de bolsonarista: CPI ganhará mais de um relatório

Waldemir Barreto/Agência Senado
A CPI do genocídio no Senado ganhará mais de um relatório final das apurações. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e o senador bolsonarista Eduardo Girão (Podemos-CE) resolveram fazer versões próprias.
Em seu relatório alternativo, Vieira pedirá o indiciamento de Jair Bolsonaro e dos generais Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e Walter Braga Netto, ministro da Defesa e ex-ministro da Casa Civil.
Já o bolsonarista decidiu fazer outra versão, que segundo ele, “não vai ser oposicionista e nem pró-governo”. O senador ainda teceu críticas à forma como a CPI aconteceu, afirmando que ela teria sido um “show de horrores”.
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Relatório de Vieira
Vieira pretende fazer um relatório sucinto, que será enviado ao colegiado nesta semana. Na próxima, o relator, Renan Calheiros, lerá seu relatório final. Com informações do Metrópoles.
Para Vieira, ex-comandante da Polícia Civil de Sergipe, figuras de comando da pandemia no governo federal, como Bolsonaro, Pazuello e Braga Netto, cometeram crimes e merecem ser indiciadas. Contudo, o senador não concorda com Renan que o presidente tenha cometido o crime de genocídio.
Os filhos de Bolsonaro não serão citados no texto de Vieira, ao contrário do relatório de Renan. Para Vieira, essa tarefa caberá à CPMI das Fake News, que retomará os trabalhos após o fim da CPI da Covid.
Vieira considera que o documento final da CPI deve ter um foco claro e mencionar crimes que tenham mais provas. A expectativa na comissão é que o texto de Renan apresente outro perfil: seja amplo e mire em muitos alvos. Enquanto Vieira escreverá até cem páginas, Renan deve passar das mil.
Relatório de Girão
Girão, por sua vez, afirmou, em entrevista à CNN Brasil, que irá produzir um “relatório independente”. Durante a entrevista, o senador criticou condução da CPI, que, segundo ele, não investigou as denúncias nos estados.
“Estou trabalhando em um relatório independente, que não vai ser oposicionista e nem pró-governo. Vou colocar nesse relatório as minhas impressões com os dados que eu tive durante essa CPI da Pandemia, de eventuais erros e acertos do governo federal durante a pandemia, mas também incluirei dados sobre estados e municípios que foram vergonhosamente blindados nessa comissão”, afirmou Girão.
“O que a gente viu nessa CPI da Pandemia foi evitar rastrear corrupção. Vimos um festival que envergonha o cidadão de bem brasileiro. Um festival de show de horrores quando se humilha os depoentes, quando eles não confirmam as narrativas da cúpula da CPI, indução de respostas, ameaça de prisão… vimos de tudo nessa CPI da Pandemia”, completou o bolsonarista.