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Pressionado, deputado bolsonarista se manifesta após xingar Papa

Frederico d’Avila
Deputado Frederico d’Avila pede desculpas aos Católicos pelas ofensas contra líderes da Igreja Foto: Reprodução/Rede Alesp

O deputado bolsonarista Frederico D’Avila (PSL) se arrependeu após pronunciar ataques contra Orlando Brandes, CNBB e Papa Francisco. O motivo: ficou incomodado com sermão proferido pelo arcebispo do Santuário de Aparecida (SP), no dia 12, quando o Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou de cerimônia no local.

Na data, o mandatário ainda foi acusado por 400 padres e 10 bispos de “profanação do Santuário para fins eleitoreiros”. D’Avila considerou o sermão um “recadinho para o presidente e para a população brasileira”.

O arcebispo defendeu a vacinação em massa contra a pandemia de covid-19, condenou discursos de ódio e alertou sobre a política armamentista. “Pátria amada não é pátria armada”, disse Dom Orlando.

Dois dias depois, D’Avila usou tribuna da Alesp para rebater: “pátria amada é a que não se submete a essa gentalha, seu safado”. Na ocasião, também atacou bispos e ao próprio Papa Francisco, quando utilizou adjetivos como “safados”, “vagabundos”, “imundos” e “pedófilos”.

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Bolsonarista pediu desculpas após pressão

Na mesma sessão, o bolsonarista  pediu desculpas por seu pronunciamento contra os bispos e o Papa Francisco. Alegou ter sido inflamado por problemas pessoais ocorridos nos dias anteriores. “Meu pronunciamento foi inapropriado, exagerado, descabido e infeliz”, disse.

CNBB sobre o ocorrido

A CNBB se manifestou oficialmente sobre o ocorrido. Em carta aberta, a CNBB rejeita “fortemente as abomináveis agressões” proferidas pelo bolsonarista.

O político, diz a carta, agiu com ódio descontrolado e desferiu ataques ao Santo Padre o Papa Francisco, à própria CNBB e ao arcebispo de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes.

A CNBB defende que, com esta atitude, o deputado “feriu e comprometeu a missão parlamentar, o que requer imediata e exemplar correção pelas instâncias competentes” e vai buscar uma reparação jurídica a ser corrigida “pelo bem da democracia brasileira”.