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Governo Bolsonaro fechou compra da Covaxin sem garantia de entrega, mostram documentos

Vacina Covaxin. Foto: Reprodução

A PF apreendeu documentos na sede da Precisa Medicamentos que mostram que o governo Bolsonaro fechou contrato para comprar a vacina Covaxin sem que a empresa tivesse nenhuma garantia do laboratório fabricante.

A Precisa nunca apresentou o contrato com o laboratório indiano Bharat Biotech que produz a vacina Covaxin, um documento fundamental para o cumprimento do acordo. Com informações do G1.

Minutas do contrato deveriam estar assinado antes de 25 de fevereiro, quando o Ministério da Saúde acertou com a Precisa a compra de 20 milhões de doses da Covaxin por R$ 1,6 bilhão.

Escritas em inglês, as minutas não contêm uma data específica, só o ano: 2021. Mas alterações que ficaram registradas nos textos mostram que as empresas ainda discutiam o contrato quatro meses depois. O fato reforça a linha de investigação da CPI de que o governo ignorou exigências técnicas para acelerar o negócio da Covaxin.

Essa pressa, segundo a CPI, quase levou o Ministério da Saúde ao pagamento antecipado de US$ 45 milhões à empresa, o que não era previsto no acordo.

As minutas citam três empresas: a Madison, sediada em Singapura, um paraíso fiscal, representando a Bharat Biotech; a brasileira Precisa e a Invexia, dos Emirados Árabes Unidos.

Sem apontar o papel da Invexia no negócio, os documentos mostram que a empresa dividiria com a Precisa parte dos lucros da venda da Covaxin ao Brasil.

Cada dose sairia por US$ 15, a mais cara negociada pelo Brasil. A Precisa ganharia US$ 2,25 por dose e a Invexia, US$ 0,25.