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Miriam Leitão distingue Lula de Bolsonaro: “Não há dois extremistas”

Miriam Leitão e Bolsonaro
Miriam Leitão e Bolsonaro. Foto: Reprodução/Globo

Miriam Leitão, uma das principais colunistas do Globo, escreveu neste domingo (3) sobre a terceira via e sua impossibilidade nas eleições de 2022. E categorizou Jair Bolsonaro (PL) como o único extremista da disputa eleitoral. A colunista da Globo tira essa categorização do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ela escreve: “O problema dos candidatos da terceira via é a falta de clareza sobre a base das suas propostas. Os projetos têm se apresentado por oposição e não por definição. O que é a terceira via?

Se a resposta do político for que é uma alternativa a dois extremos, já errou. Como escrevi neste espaço em maio de 2021, não há dois extremistas na disputa, mas apenas um, Jair Bolsonaro. Semana passada, novamente, Bolsonaro provou que ele é um perigo para a democracia.

Atacou ministros do STF com palavrões, defendeu a ditadura, colocou em dúvida as urnas eletrônicas, elogiou um parlamentar delinquente.

Na economia, Lula e Bolsonaro às vezes se parecem. Na questão institucional, não. Basta se perguntar quantas vezes os comandantes das três forças, nos governos do PT e do PSDB, se sentiram estimulados a soltar uma nota tão desavergonhada quanto essa do dia 31 de março.

Os militares sempre se recusaram a olhar de forma adulta o que houve no país quando eles governaram. Mas Bolsonaro liberou o autoritarismo. Aquela nota não é apenas um acinte.

É uma ameaça. Se eles acham que respeitaram a Constituição quando a rasgaram, se acham que “nos anos seguintes ao dia 31 de março de 1964, a sociedade brasileira conduziu um período de estabilização” e de “amadurecimento político”, que no fim trouxe a “paz no país”, podem repetir a mesma sequência pavorosa de eventos”.

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Mas Miriam Leitão não deixa de criticar Lula

Miriam Leitão e Lula
Miriam Leitão e Lula. Foto: Reprodução/YouTube

Ela prossegue: “Na palestra que fez na FUP dias atrás, tão bem comentada neste jornal pela colunista Malu Gaspar, Lula me criticou. De novo. ‘Quantas vezes a Miriam Leitão disse que era impossível explorar o pré-sal?’. Eu nunca disse que era impossível.

Disse que era difícil, e a tecnologia teria que ser aprimorada. Eu e muita gente. Na época, Lula dizia que o pré-sal era o ‘passaporte para o futuro’. Nunca foi, e a mudança no marco regulatório promovida pelos governos petistas fez o país perder cinco anos de exploração.

Só cito aqui essa referência a mim para dizer ao leitor que, na condição de jornalista criticada pelos dois lados, repito que os dois candidatos não são iguais. Se ambos não gostam de mim, não é algo que me tire o sono”.

E conclui: “O relevante é que, desde o primeiro dia de mandato, Bolsonaro tem implantado a ‘cupinização’ da democracia, na expressão usada pela ministra Cármen Lúcia, ao julgar o conjunto de ações que mostram a destruição de todo o aparato institucional de proteção da Amazônia”.

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