Rixa entre Moraes e Bolsonaro gera tensão no STF antes da posse de Mendonça

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Às vésperas da posse de André Mendonça como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a trégua entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a Corte “dá sinais de fadiga”, de acordo com reportagem do jornal O Globo.
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Bolsonaro voltou a atacar ministros na última semana. Na terça-feira (7), ele criticou o Supremo por julgar o novo marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Segundo ele, o governo pode ser obrigado a demarcar uma área que teria o tamanho equivalente ao da região Sudeste.
Já no domingo (12), o mandatário ficou furioso com a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, que determinou a obrigatoriedade do passaporte de vacinação para viajantes que chegarem do exterior ao país. Segundo um aliado, ele falou em “fechar o Supremo”. Ainda segundo o apoiador, Bolsonaro ordenou que o gabinete do ódio entrasse em ação. O pedido foi muito claro: infernizar a vida do magistrado pelas redes sociais.
Mas o principal estopim da volta da tensão entre Executivo e Judiciário foi uma decisão do principal algoz de Bolsonaro na Corte, o ministro Alexandre de Moraes. Ele determinou, em 3 de dezembro, a abertura de um inquérito contra o presidente por associação mentirosa entre a vacina contra Covid-19 e o vírus do HIV.
“O clima pode azedar ainda mais na quinta-feira, quando Mendonça será incorporado ao grupo de 11 ministros do STF”, diz a matéria do Globo.
O tempo estava ameno desde que o mandatário recuou das ameaças que vinha fazendo antes dos atos golpistas de 7 de setembro. A ofensiva de Moraes contra bolsonaristas envolvidos nas manifestações levou o chefe do Executivo a maneirar nas críticas ao STF. Com as novas decisões dos ministros, porém, a rixa voltou à tona.