PP tenta atrair bolsonaristas após ser rejeitado pelo presidente

Foto: PR/Alan Santos
Do Globo
Depois de perder o presidente Jair Bolsonaro para o PL, a cúpula do PP se articula para reforçar seus quadros nos estados com “puxadores de votos”, na tentativa de aumentar a bancada de deputados federais em 2022. Uma das estratégias é tentar atrair bolsonaristas, muitos deles no PSL.
As tratativas já começaram nos bastidores. O argumento usado nas sondagens é que o PP também está na base do governo e a ida do presidente da República para o PL não deveria tornar automática a filiação de todos os aliados na mesma legenda.
A sigla está atenta para abrir as portas para parlamentares bolsonaristas que encontrem entraves locais no PL. Para convencê-los, o PP está disposto a oferecer vantagens locais para os alvos. (…)
Um caso considerado delicado para o PP é o de São Paulo, onde o partido elegeu apenas quatro dos 70 deputados federais paulistas em 2018 e corre o risco de ver seus atuais deputados migrarem de legenda.
Há quem sonhe em atrair o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o mais votado do estado com 1.843.735 votos e filho do presidente. Ou a deputada Carla Zambellli (PSL-SP), que somou 76.306, mas tem a expectativa de crescer o número de eleitores. (…)
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PL não queria Bolsonaro candidato
Em março, o PL era da base de Bolsonaro, mas comemorou a anulação das condenações de Lula. O ex-presidente recuperou os direitos políticos e voltou para o jogo, tornando-se pré-candidato do PT. Porém, oito meses depois, a sigla vai filiar o atual chefe do poder executivo federal.
Conforme apurou o DCM, lideranças do Partido Liberal nunca esconderam a boa relação que tinham com Lula. E, de fato, conversas do PL com o ex-presidente aconteceram. E planos foram colocados na mesa. O objetivo do Partido Liberal era indicar o vice, algo descartado por Lula. Ele deixou claro que não falaria deste assunto naquele momento, porque seu foco era construir um projeto para recuperar o país.
Como um dos principais partidos do Centrão e ganhando cada vez mais poder com Bolsonaro, o PL mudou de lado. Valdemar Costa Neto pode até preferir Lula na campanha, mas o dinheiro falou mais alto. O governo federal entregou a administração de fundo bilionário para a sigla e isso foi o suficiente.