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Big Brother Bolsonaro: professores denunciam perseguição e monitoramento com aulas remotas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) já tem seus favoritos para o Senado. Foto: Reprodução
O presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Professores relatam a experiência de lecionar à distância durante a pandemia da Covid-19. Alguns contaram sobre a perseguição e o monitoramento em que tiverem no modo de ensino online.

Em novembro de 2020, Fabiana, professora de uma escola internacional particular em São Paulo, recebeu um convite para uma videochamada com a diretora da instituição. Na reunião, ela foi confrontada com áudios de sua própria voz enquanto respondia a alunas do 11º ano, equivalente ao 2º ano do ensino médio.

As gravações eram de respostas a três perguntas direcionadas à professora, feitas em dias diferentes pela mesma aluna: uma sobre a politização da vacina, outra sobre a demora de Jair Bolsonaro em reconhecer a vitória de Joe Biden e a última, sobre o fato de o presidente ter ameaçado os EUA com pólvora. Fabiana afirma que a aluna que fez as perguntas não sabia da gravação e foi usada como isca.

Os áudios foram editados e enviados para a direção da escola por outra aluna, de maneira descontextualizada. Com informações da Agência Pública.

Segundo a professora, a instituição conta com um forte movimento de apoio a Bolsonaro e a Donald Trump. “Identifiquei um público de pais muito conservadores, reacionários, muitos bolsonaristas, muita gente que legitima a questão do acesso às armas, coisas que eu não coaduno”, conta. Após a demissão, foram os pais conservadores que perseguiram a professora.

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Big Brother Bolsonaro: Angústia de professores

O medo de estar em uma espécie de BBB é gigante. Apesar de não ter milhares de câmeras, foi assim que se sentiu Ana Paula Morel, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense. Em março deste ano, ela foi acusada de doutrinação após debater em sala de aula o negacionismo científico.

“Pensando que estamos no meio de uma pandemia lidando com futuros profissionais de saúde, eu passei um texto que discute questões ligadas ao negacionismo e fiz esse debate em sala de aula”, conta a professora.

A denúncia feita pela mãe de um aluno dizia que Ana Paula estaria tentando sugerir aos estudantes que o presidente Bolsonaro era negacionista. Até hoje, ela não sabe se foi gravada ou não, mas, por causa disso, se preocupa com comentários ou falas que possam ser tiradas de contextos em aulas, com a possibilidade de ser gravada.

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