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Após romper com Bolsonaro, PSDB aumenta adesão ao governo em votações na Câmara

Jair Bolsonaro e o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo
Jair Bolsonaro e o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo. Foto: Reprodução

A bancada do PSDB na Câmara dos Deputados ignorou decisão do partido. A sigla anunciou o rompimento com o governo de Jair Bolsonaro em 8 de setembro. Um mês depois, deputados seguem votando alinhados com o Executivo. As orientações do líder da bancada, Rodrigo Castro, coincidiram com a orientação do Planalto. A ida dos tucanos para a oposição foi decidida em reunião da Executiva Nacional em resposta às declarações de Bolsonaro em 7 de setembro.

Antes do anúncio, o PSDB votou com a orientação do governo em 53 das 70 (75,7%) pautas na Câmara. No mês seguinte, foram 34 vezes, ou 87% do total, segundo o Estadão. Os parlamentares não são obrigados a seguir a orientação do líder, mas as indicações apontam que os tucanos da Câmara aderiram ao governismo.

Antes da reunião da Executiva do PSDB, os deputados deram 1.332 votos conforme Ricardo Barros, líder do governo na casa legislativa. A taxa de “governismo” era de 78,2%. Após o rompimento, a taxa foi para 88,3%.

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Deputados do PSDB reclamam de como Bruno Araújo anunciou ida à oposição

Entre os parlamentares do partido há reclamações da forma como Bruno Araújo, presidente do PSDB, anunciou a ida para a oposição. A decisão da Executiva Nacional foi tomada sem consultar a bancada. Deputados só foram chamados para discutir o assunto depois do anúncio.

O deputado Pedro Cunha Lima, por exemplo, discordou da decisão e anunciou que não faria “oposição sistemática” ao presidente.  “Claro que o governo merece críticas em vários pontos. A condução na pandemia merece uma crítica e a gestão que o governo faz na educação não é eficiente. De resto, não vou fazer oposição de quanto pior, melhor”, diz.

Por outro lado, alguns parlamentares têm reclamado do “governismo” do partido. Danilo Forte diz que “quando aparece a orientação do líder do governo, o PSDB já vem a reboque”. Ele diz que o fato o “irrita” e questiona: “Como é que pode um partido que quer ter candidato à presidência da República ter uma bancada que se comporta desse jeito?”