Record terá de pagar indenização por “tom jocoso” em reportagem sobre feminicídio

A Record foi condenada pela Justiça a indenizar a filha de uma mulher assassinada pelo marido em 2015. À época, a emissora exibiu uma reportagem em “tom jocoso” sobre feminicídio, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo. A mulher foi degolada pelo marido, que não aceitava o fim da relação e a reportagem fazia piadas como dizer que o casal vivia entre “sapecas e sururus, ora tem tapas, ora tem beijos”.
A emissora também exibiu uma reconstituição dos fatos em que exibia uma atriz, que interpretava a vítima, dançando com outro homem na frente do marido. Para o TJ-SP, a Record estava preocupada em “angariar audiência” e usou, no “Cidade Alerta” um tom “apelativo” para tratar do crime e a condenou a pagar R$ 20 mil.
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Para família, Record justificou que vítima “mereceu ser morta”
A família da vítima diz que a versão da emissora é totalmente “alheia à realidade”. “A reportagem deu a entender que a vítima era uma mulher desfrutável, que se envolvia com homens enquanto convivia com o ex-companheiro”. Também alega que a mensagem passada é de que a mulher “mereceu ser morta”.
A Record alega que não quis ofender a honra da vítima e fez a reportagem com base no boletim de ocorrência. “Quanto aos termos ‘sapecas e sururus’, usado pelo apresentador do programa, não foi com o intuito de fazer chacota, mas, sim, de se referir ao ato sexual, tendo em vista que o horário do programa possui classificação indicativa”, justifica.
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