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“É mais seguro tomar vacina do que se infectar com a covid”, diz médico com 40 anos de experiência

Veja a vacina
Vacina. Foto: Retha Ferguson/ Wikimedia Commons

Mesmo com a comprovação da eficácia da vacina no combate à Covid-19, ainda existem grupos e governantes em todo mundo que resistem à imunização. Sputnik Brasil entrevistou Sylvio Provenzano, médico, ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ) e chefe do setor de Clínica Médica do Hospital dos Servidores do RJ para entender por que alguns grupos ainda resistem à vacina e como convencer a população de que esse é o melhor método para vencer o coronavírus.

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Médico fala dos negacionistas da vacina

“A vacinação de boa parte da humanidade, agora, já bastante concluída, mostrou que a imunização é segura como qualquer outra medicação. Ela tem efeitos adversos em algumas pessoas […] mas são poucos casos entre 100 milhões de brasileiros que já foram inoculados. Evidentemente a vacina é importante.”

Sobre a obrigatoriedade da vacinação, o especialista diz que no Brasil há o Código de Ética Médica, no qual está escrito que o médico “não pode obrigar nenhum paciente a aceitar um tratamento que ele queira lhe impor, tem que haver um consentimento informado”.

“O mesmo deve ser aplicado em relação à vacina, que também é um medicamento. Obrigar alguém a se imunizar é algo que contraria um princípio democrático e o livre-arbítrio que o ser humano tem. Contudo, as pessoas precisam ser convencidas do bem comum, pois sabemos que quanto maior for o número de habitantes vacinados em um local, a chance desse lugar atingir proporções trágicas [por conta do vírus] é muito pequeno.”

O médico conta que “desde março de 2020, no Brasil, mais de 600 mil pessoas já morreram em decorrência do vírus. É uma situação grave. Eu me vacinei e não tive nenhum evento adverso, mesmo sendo da terceira idade […] hoje trabalho com menos medo, pois como profissional da Saúde, estou em contato com pacientes o tempo todo”.

“A diferença de 2020 para 2021, em relação à pandemia, não foi tratamento precoce, suplementos, vitaminas, mas sim o conhecimento sobre a doença e as campanhas de imunização. O número de pessoas que demandam vaga nos hospitais é muito menor. A vacina veio modificar a história natural dessa doença. Que todos se vacinem, esse é o conselho de um médico com mais de 40 anos de experiência.”

Sobre como convencer quem não quer se vacinar a mudar de ideia, Provenzano retoma ao que havia citado anteriormente sobre as pessoas terem o direito a não quererem se inocular, entretanto, ressalta que é através da informação, da divulgação do benefício, do esclarecimento médico, “que podemos, talvez, modificar o pensamento dessas pessoas”.

“É muito mais seguro tomar a dose da vacina do que se infectar com o vírus para gerar imunidade natural. E não tem que fazer ‘gastronomia’ de vacina, seja ela de qualquer laboratório, tomar as duas primeiras doses é essencial, e se possível for, tomar a terceira de reforço. É isso que as autoridades do mundo inteiro estão recomendando.”

Essas definições do médico são uma resposta ao que Bolsonaro defende. Ele ainda acredita que as pessoas deveriam se infectar ao invés de se vacinar.