A cena de Bolsonaro vagando sem norte na antessala da cúpula do G20, até recorrer aos garçons, viralizou e despertou a inevitável comparação com Lula em seus encontros com líderes mundiais durante seus dois mandatos na presidência (2003 a 2010).
Num deles, Barack Obama qualificou o ex-presidente como o líder mais popular do planeta.
“Eu amo esse cara”, disse o então mandatário americano.
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Imagens da época revelam Lula usando a cúpula dos países ricos para mostrar um Brasil que crescia 5% ao ano, em comparação às previsões globais que não ultrapassavam a casa dos 3%.
Num momento em que não a pandemia do coronavírus, mas sim o desemprego era o foco dos debates, o Brasil ostentava a marca de 1 milhão de empregos com carteira assinada em 12 meses.
“Desta vez, o Brasil tem o que ensinar”, comentou Lula ao final da cúpula, em 2009.
Referia-se à solidez do sistema financeiro brasileiro e o papel dos bancos públicos no processo de recuperação e estabilidade econômica.
Lula inverteu a lógica dos países ricos
O ex-presidente ajudou a inverter a lógica das cúpulas mundiais.
Batalhou pela troca do clube da elite, composto pelas economias dos 8 países ricos, para um modelo ampliado, com as 20 maiores.
Três anos antes de Barack Obama chamá-lo de ‘O cara’, em 2009, Lula havia jogado papel decisivo na criação dos BRICS, agrupamento formado por cinco grandes países emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – que, juntos, representavam 42% da população, 23% do PIB, 30% do território e 18% do comércio mundial.
Lula, como é possível notar, ajudou a mudar a cara do Brasil perante o mundo.
Bolsonaro, como pária, pôs tudo a perder.