Governo Bolsonaro quer manter amizade com Putin

Interlocutores dizem que as posições do Itamaraty têm sido definidas no mais alto nível e passado pelo crivo do Planalto

Atualizado em 6 de março de 2022 às 18:09
Bolsonaro em aproximação com Putin. Ele aperta a mão de Vladimir Putin, os dois usam ternos pretos, Bolsonaro com gravata azul e Putin com gravata vermelha. Ao fundo, há algumas bandeiras, incluindo a do Brasil.
Foto: Alan Santos / Planalto

As declarações favoráveis a Vladimir Putin por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL) e pressões do agronegócio têm sido determinantes para que o Itamaraty inclua em suas manifestações oficiais na ONU sobre o conflito na Ucrânia acenos à Rússia. Essa informação foi dada pela Folha de S.Paulo segundo interlocutores no governo.

O governo Bolsonaro recentemente endossou resoluções no sistema das Nações Unidas que condenam a invasão do território ucraniano por forças russas. Mas o Ministério das Relações Exteriores tem colocado em declarações sinalizações que contemplam argumentos defendidos pelo governo russo, num movimento que preocupa diplomatas americanos e aliados.

Interlocutores dizem que as posições do Itamaraty têm sido definidas no mais alto nível e passado pelo crivo do Planalto. Em alguns casos, o ministro da Defesa, Braga Netto, também é chamado a opinar.

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Receios em apoiar Putin

Esse receio de governos contrários ao russo é o de que as referências pró-Moscou sejam um prenúncio de uma mudança nos votos do Brasil, atualmente membro do Conselho de Segurança da ONU. Interlocutores no governo Bolsonaro ouvidos, porém, disseram que até o momento não está no radar uma alteração de rota.

Os negociadores estrangeiros, ao mencionarem essa preocupação a autoridades brasileiras, recebem como resposta que o país é contra a violação das fronteiras ucranianas —mas que isso não o obriga a endossar integralmente a linha de ação das potências ocidentais e que a postura do Itamaraty tem sido coerente.

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