O empresário bolsonarista Luciano Hang, dono das lojas Havan, entrou na Justiça contra o jornalista e presidente do diretório do PSOL em Florianópolis-SC, Leonel Camasão, por danos morais. O bilionário é um dos homens mais ricos do Brasil e quer uma indenização de R$ 100 mil do dirigente partidário. Ele alega ter sido ofendido e difamado por publicações de Camasão nas redes sociais.
Para embasar o processo, os advogados de Hang anexaram “prints” de comentários de Camasão chamando o empresário de “sonegador”, “comparsa de genocida” e repercutindo a suspeita de que o dono da Havan teria atuado para adulterar o atestado de óbito da mãe. Na ação, os advogados dizem que o mandatário municipal do PSOL “ofendeu a imagem e a honra” do bolsonarista. “Percebe-se que suas acusações são totalmente falsas e ofensivas, uma vez que o Requerido claramente imputa a pecha de sonegador (a Hang)”, diz um trecho da acusação.
No entanto, em 2003, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região condenou Luciano Hang por ter reduzido ilegalmente as contribuições previdenciárias e acessórias de funcionários entre outubro de 1992 e agosto de 1999. Com isso, o bilionário sonegou mais de R$ 10 milhões, de acordo com uma publicação no site do próprio TRF4, publicada em abril de 2003.
Leonel Camasão, que foi candidato a governador de Santa Catarina em 2018, recebeu a notificação na quinta-feira (14) de que estava sendo processado por Luciano Hang. “Ele está me processando por fatos que são de domínio público, veiculados pela imprensa. E vem fazendo esse movimento de tentar censurar pessoas que são críticas a ele”, afirmou Camasão ao DCM. “(Luciano Hang) expõe pessoas de esquerda em suas redes sociais, faz ataques cotidianos a esquerda, mas quando alguém resolve criticá-lo, ele acha ruim e entra com processo”, completa.
Veja abaixo as postagens que os advogados do dono da Havan anexaram na ação.
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Dirigente do PSOL afirma “estar tranquilo” com o processo de Luciano Hang
O presidente do PSOL em Florianópolis diz que está tranquilo e que busca apoio de outras lideranças para dar visibilidade ao caso. Camasão afirma que apesar de sua atuação política, é uma “pessoa comum, sem posses, sem um grande escritório de advocacia por trás” e considera a disputa desigual.
“Ele tem muito poder, muito dinheiro, e tá processando uma pessoa comum que criticou ele nas redes sociais. Então acho que é mais uma tentativa de censura, de causar medo, desconforto, do que efetivamente de vencer essa ação”, pontua o dirigente partidário. “Vamos fazer nossa defesa, estamos tranquilos”, completa.
Camasão repercutiu em suas redes sociais o processo que está sofrendo, afirmando que o empresário bolsonarista tenta censurá-lo. Veja abaixo.