Mamãe Falei: deputadas lamentam escolha de relator. Saiba o motivo.

Atualizado em 12 de março de 2022 às 20:48
Mamãe Falei Arthur do Val
Erica Malunguinho (Psol) e Marina Helou (Rede) fazem parte do Conselho de Ética e lamentam escolha de um relator homem. Foto: Reprodução.

Deputadas que integram o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) lamentam a indicação de um homem, o Delegado Olim (PP), para relatar o processo de punição de Arthur do Val (sem partido), o “Mamãe Falei”. Além de não ter experiência na pauta, o deputado estadual já passou pano para um deputado antes: ele defendeu pena mais branda para Fernando Cury (Sem Partido) no episódio de assédio contra a deputada Isa Penna (Psol).

Para Erica Malunguinho (Psol), eleita a primeira deputada estadual trans do Brasil, em 2018, a relatoria deveria ser assumida por uma parlamentar com conhecimento na pauta. “Quem assumir essa relatoria deveria ter o mínimo de respaldo no tema, que é violência e questões das mulheres”, destacou.

“Acho uma pena, sendo que o conselho tem mulheres que poderiam fazer isso com representatividade”, afirmou a deputada Marina Helou (Rede), que também faz parte do conselho.  “Existe esse argumento de que se fosse uma mulher, o relatório não seria idôneo. O que é um completo absurdo”, completou.

Além de Erica e Marina, o colegiado é composto por Maria Lúcia Amary (PSDB), presidente do Conselho e quem indicou Olim para a relatoria. A nomeação oficial do relator, no entanto, ainda não aconteceu. Isso porque ela será feita depois que Arthur do Val apresentar a sua defesa.

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O deputado, também conhecido como Mamãe Falei, é alvo de 21 representações que pedem a cassação do mandato por quebra de decoro. No total, apenas o Conselho de Ética da Alesp recebeu 11 representações, sendo nove individuais e duas coletivas.  

Os pedidos foram motivados pelos áudios machistas em que Arthur do Val disse, entre outros, que as mulheres ucranianas são “fáceis” porque são pobres.

Saiba quem é o relator do processo contra Arthur do Val na Alesp

Olim está em seu segundo mandato na Alesp, sendo a maior parte dos seus projetos relacionados à classificação de cidades turísticas. No entanto, ele já aprovou projetos ligados à assistência jurídica gratuita a policiais e às crianças com deficiência. 

Em 2019, o Olim votou a favor da punição da deputada Isa Penna (PSOL) por ela ter lido, na tribuna, o poema “Sou puta, sou mulher”, de Helena Ferrante.

Já no episódio em que a mesma deputada foi vítima de assédio praticado pelo deputado estadual Fernando Cury, Olim defendeu uma pena mais branca para o colega, que acabou afastado por seis meses. 

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