‘Lógico’: militar que ameaçou Congresso e CPI da Covid diz que baterá continência a Lula

Comadante da FAB fala

Atualizado em 31 de janeiro de 2022 às 6:13
A imagem do comandante
O comandante da FAB, Carlos de Almeida Baptista Junior, em seu gabinete em Brasília – Sargento Bianca Viol/FAB/Divulgação

O comandante da FAB, Carlos de Almeida Baptista Junior, diz que baterá continência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se ele vencer Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Baptista, que ameaçou o Congresso e a CPI da Covid em carta assinada com o ministro Braga Netto, concedeu entrevista ao jornalista Igor Gielow da Folha de S.Paulo.

LEIA MAIS:

1 – Deputado entra com ação no MP para investigar se Olavo Carvalho furou fila no SUS

2 – Lula agradece Juninho Pernambuco por homenagem em aniversário

3 – Aliados cravam Alckmin vice de Lula

O que diz o militar?

Na troca dos comandos, o sr. foi apontado como o mais bolsonarista dos novos chefes. Depois, houve o episódio da CPI da Covid. Como o sr. vê essa avaliação? 

Acho que isso veio da indicação [do presidente]. Não demorou uma hora, e um site de política me chamou de o mais bolsonarista dos novos comandantes. Não sei de onde saiu isso. Como comandante da FAB, sempre ratifiquei a posição apartidária da Força. Uma coisa é falar de política, outra é de política partidária.

Esse carimbo, esse clichê, me foi colocado uma hora depois da minha indicação. Possivelmente porque eu era o único que utilizava, e ainda utilizo, as mídias sociais, com todos os riscos disso, porque acho que é ferramenta importante. O comandante da FAB é uma figura parcialmente política, e não estou falando de política partidária, estou falando da melhor definição de política, de interlocução com autoridades do governo, em prol da missão da Força Aérea.

(…)

Objetivamente, vocês vão prestar continência se Lula ou qualquer outro for presidente?

Lógico. Nós somos poder do Estado brasileiro. A continência é um símbolo. Quando a gente entra nas Forças Armadas, a gente aprende que ela visa a autoridade. Nós prestaremos continência a qualquer comandante supremo das Forças Armadas, sempre.

Quando o sr. encontrou com o Gilmar Mendes para dizer isso [depois da crise da nota da CPI], algumas pessoas perguntaram: “Mas ele não é bolsonarista?”.

Não, eu sou comandante da Força Aérea, represento uma instituição.

O sr. acredita que há um dano às Forças pela associação com o governo Bolsonaro? 

As Forças sempre foram as instituições mais respeitadas. Não acho que haja dano como instituição, embora pense que haja uma utilização disso da parte contrária. Os exemplos que damos são as melhores ferramentas que temos, mesmo que a curto prazo isso não seja entendido. A sociedade sabe que pode continuar contando com suas Forças Armadas como instituições de Estado, apartidárias”.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link