“O recado para Bolsonaro está claro. Democracia não se negocia”, diz Haddad sobre caso Silveira

Atualizado em 17 de fevereiro de 2021 às 7:32
Daniel Silveira ao lado de Bolsonaro

A prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira é sintomática para toda a corja de apoiadores do presidente.

Um dos motivos da prisão foi cometer crimes previstos na Lei de Segurança Nacional, como “tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer dos Poderes da União”.

Para Haddad, a caso é um “recado para Bolsonaro”:

“Democracia não se negocia”.

Ele afirma que “o bolsonarismo testa a cada dia o ambiente para o fechamento do regime”, mas o desfecho do caso “servirá de alerta”.

A ordem de prisão foi emitida após o bolsonarista publicar vídeo atacando o ministro Edson Fachin e o STF, após o ministro subir o tom contra uma declaração de 2018 feita pelo ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, de teor notadamente golpista.

O deputado já se encontra preso. O mandado de Moraes era para ser cumprido imediatamente, por se tratar, segundo o ministro, de flagrante delito.

Moraes pontuou que, como estão presentes os requisitos da prisão preventiva, não há possibilidade de fiança. Como estão configurados tanto o flagrante quanto a impossibilidade de fiança, concluiu o ministro que a situação do parlamentar se encaixa na previsão da Constituição de que parlamentares só podem ser presos em flagrante por crime inafiançável.

“Vá lá, prende Villas Bôas. Seja homem uma vez na tua vida, vai lá e prende Villas Bôas. Seja homem uma vez na tua vida, vai lá e prende Villas Bôas. Fala pro Alexandre de Moraes, o homenzão, o fodão, vai lá e manda ele prender o Villas Bôas. Vai lá e prende um general do Exército”, disse o deputado, entre outros impropérios, em vídeo divulgado em suas redes.

Silveira é investigado pelo STF no inquérito sobre o financiamento e organização de atos antidemocráticos em Brasília. Em junho, ele foi alvo de buscas e apreensões pela Polícia Federal e teve o sigilo fiscal quebrado por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ao depor na Polícia, negou todas as acusações.

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