PF investiga desvios de emendas de ex-assessor da liderança do governo Bolsonaro

Essa mesma operação encontrou R$ 200 mil em espécie na casa de um lobista e ex-assessor da liderança do governo Bolsonaro no Senado

Atualizado em 16 de março de 2022 às 6:47
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro. Foto. Agência Brasil

Uma operação deflagrada pela Polícia Federal, na última sexta, apura supostos desvios de emendas parlamentares por parte de deputados do PL. Essa mesma operação encontrou R$ 200 mil em espécie na casa de um lobista e ex-assessor da liderança do governo Bolsonaro no Senado.

Alvo de busca e apreensão na ação da PF, João Batista Magalhães é apontado por investigadores como o “braço técnico” do esquema. Segundo o inquérito, o lobista teria atuado como intermediário dos parlamentares na captação de emendas do Ministério da Saúde nos anos de 2019 e 2020. Essas informações são de reportagem do jornal O Globo.

À época, Magalhães trabalhava no gabinete da liderança do governo no Congresso, sob o comando do senador Eduardo Gomes (MDB-TO). O parlamentar, por sua vez, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “desconhece esse assunto e não tem essa informação”.

A investigação chegou a Magalhães após uma análise feita no celular apreendido do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA) durante a Operação Descalabro, deflagrada em dezembro de 2020. No aparelho, a PF localizou diálogos nos quais Magalhães revelava que fazia contatos com diferentes prefeituras do Maranhão.

Falava também com o Ministério da Saúde para agilizar a liberação de emendas parlamentares. Segundo os policiais, esses recursos seriam desviadas para gerar dinheiro vivo aos integrantes do suposto esquema criminoso.

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PF investiga negociação de emendas envolvendo governo Bolsonaro

Segundo a Polícia Federal, Magalhães negociava com deputados do PL “a captação e o destino das emendas”. A PF sustenta ainda que ele “conhece técnicas para camuflar a autoria das emendas e para desburocratizar o seu envio para os municípios”.

Com base nessa suspeita, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a três deputados federais do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, por suspeita de desvio de recursos de emendas parlamentares.

Um dos alvos foi Maranhãozinho, que já havia sido flagrado em operação anterior da PF com uma caixa de dinheiro. Também são investigados os deputados Bosco Costa (PL-SE) e Pastor Gildenemir (PL-MA).

A Polícia Federal relatou ao STF que encontrou indícios de que o suposto esquema liderado por Maranhãozinho teria utilizado um grupo armado, extorsões, um agiota e saques em dinheiro vivo para desviar emendas parlamentares destinadas a prefeituras do Maranhão.

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