Por que a ex-mulher de Bolsonaro foi convocada a depôr à CPI

Atualizado em 15 de setembro de 2021 às 16:34
Ana Cristina Valle, segunda ex-mulher de Jair Bolsonaro, foi por sete anos chefe de gabinete de Carlos. Hoje, trabalha com o vereador Renan Marassi, PPS, em Resende. Foto: Custódio Coimbra

CPI da Covid aprovou nesta quarta (15) a convocação de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan, o filho ‘Zero Quatro’ do presidente.

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Ex-mulher convocada

Senadores avalizaram o requerimento apresentado por Alessandro Vieira (Cidadania-SE) em 3 de setembro. Segundo o texto, “mensagens eletrônicas extraídas de aparelho celular em posse desta Comissão Parlamentar de Inquérito indicam que, a pedido do lobista Marconny Faria, a Sra. Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do atual Presidente da República, entrou em contato com o Palácio do Planalto para exercer influência no processo de escolha do Defensor Público-Geral Federal junto ao então Ministro da Secretaria Geral da Presidência e atual Ministro do TCU, Jorge Oliveira”.

“Como se sabe, o Sr. Marconny Faria atuou como lobista da empresa Precisa Medicamentos, investigada pela CPI da Pandemia em razão de irregularidades na negociação de compra da vacina Covaxin, de modo que a sua relação próxima com a ex-esposa do Sr. Jair Bolsonaro deve ser amplamente esclarecida, com vistas a examinar potencial atuação ilícita de ambos no contexto da pandemia”.

A decisão de convocar Ana Cristina se deu durante o depoimento de Marconny à comissão. Questionado sobre suas relações com a família Bolsonaro, o lobista disse ser amigo de Jair Renan. Também confirmou que o ‘Zero Quatro’ o apresentou à ex-mulher de Jair Bolsonaro.

Leia a íntegra do requerimento aqui.

Com informações da CartaCapital.

Churrasco com a família Bolsonaro

O lobista Marconny Albernaz de Faria mantinha relação com o núcleo familiar Bolsonaro. É o que dizem mensagens enviadas à CPI da Covid. O executivo é apontado como um intermediário da Precisa Medicamentos.

O conteúdo mostra eventos feitos na casa de Marconny, em Brasília. Churrascos e passeios de lancha eram frequentes. O lobista ainda era responsável por cuidar da agenda de pessoas do círculo do presidente. Consultas médicas e horário no cabeleireiro passavam tudo por Albernaz.

Ele pediu que Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente, articulasse para um nome da lista tríplice da defensoria pública geral federal. Marconny solicitou a Cristina que tratasse do caso com o Palácio do Planalto.

A relação do lobista com a ex-mulher do presidente envolve ainda Jair Renan e Karina Kufa, advogada da família.

A amizade inclui idas a casamento e pedidos de favores dentro do governo. Marconny pediu que a mãe do 04 falasse com Jorge Oliveira, então ministro da Secretaria Geral da Presidência, para intervir por um nome na lista tríplice para o cargo de defensor público geral federal.