MP de SP apura crime contra a vida na Prevent Senior

Atualizado em 7 de outubro de 2021 às 7:54
Fachada de prédio da Prevent Senior
Prédio da Prevent Senior, alvo da CPI da Covid.
Foto: Divulgação

O Ministério Público investiga suspeita de crimes contra a vida na Prevent Senior. Promotores afirmam que identificaram pelo menos duas pessoas com chance de sobreviver e foram encaminhadas ao tratamento paliativo. O modo é destinado somente a paciente em estado terminal e envolve o fim da administração de medicamentos que podem reverter enfermidades.

A promotoria ainda apura as circunstâncias das mortes em estudo antiético da operadora de saúde, segundo o Estadão. Nos próximos dias, o MP vai ouvir 12 pacientes e familiares. Ele também analisam quebras de sigilo telefônico da cúpula da empresa.

Um dos casos suspeitos do uso indevido do tratamento paliativo é o de Tadeu Francisco (65). Internado por 120 dias num hospital da rede, foi inicialmente tratado com o “kit covid”. Durante a internação, uma médica orientou a suspensão do medicamento para encaminhá-lo ao paliativo. A família não assentiu e posteriormente denunciou que a operadora queria cortar gastos.

“Se mandou para o paliativo uma pessoa com chance de cura, eu diria que é no mínimo um dolo eventual. Assumir o risco de a pessoa morrer. Porque não tem condição, a pessoa ter chance de cura e mandar para o paliativo, é criminoso?”, diz o promotor de Justiça criminal Everton Zanella.

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Estudo com pacientes da Prevent Senior pode ser enquadrado como crime contra a vida

A pesquisa feita pela operadora de saúde com pacientes também pode ser enquadrada como crime contra a vida. Apesar de só haver menção a duas mortes, a pesquisa contabilizou nove no total.

Até o fim da próxima semana, mais de dez vítimas e familiares vão depor aos promotores e solicitou compartilhamento das apurações da CPI da Covid. A Polícia Civil aguarda a chegada de dados de quebra de sigilo de 13 integrantes da Prevent Senior.