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Telegram quer ser o WhatsApp de 2018 e ‘eleger o presidente’

Telegram quer influenciar as eleições do ano que vem – Foto: Divulgação

Se em 2018 o brasileiro ficou assustado com a força das redes sociais, há quem defenda que o WhatsApp foi o principal fator para a vitória de Jair Bolsonaro. Com a força do aplicativo de mensagens, a onda das fake news se espalharam rapidamente e ficou incontrolável. Mas em 2022, com um controle maior, outra rede ganha espaço e quer ser protagonista: o Telegram.

Estudos mostram que o aplicativo cresceu vertiginosamente desde as eleições de 2018. Neste momento, ele já está em 39% dos aparelhos brasileiros. Como praticamente todo brasileiro adulto tem um smartphone, o alcance é alto e chega perto dos 55% do eleitorado. É essa a aposta do Telegram para ser o novo WhatsApp e influenciar nos resultados das eleições do an oque vem.

Para isso, o aplicativo vai na contramão das redes sociais e do sistema jurídico brasileiro para as eleições. WhatsApp e outras redes como Twitter e Facebook prometem rigidez no controle das fake news. Já o Telegram não criou nem uma única regra. Com isso, os bolsonaristas que apostaram em outros canais em 2018, já migraram para lá.

Não é à toa que Jair Bolsonaro possui 1 milhão de seguidores em seu canal no Telegram. Aliados do presidente divulgam o canal com afinco e abandonaram a divulgação de outras redes, justamente para usá-la nas eleições. Com isso, existe a ideia de que é possível vencer ao plantar as fake news por um aplicativo que não irá barrá-la.

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Telegram quer influenciar

O DCM apurou que, do ponto de vista ideológico, o Telegram não se posiciona a favor de nenhum candidato. Mas os executivos da rede veem com bons olhos o uso que os bolsonaristas fazem do programa. Isso porque, quanto mais houver polêmica, mais a rede irá crescer no Brasil. A expectativa, segundo um funcionário confirmou sob a condição de anonimato, é que o Telegram atinja 70% dos aparelhos celulares brasileiros em 2022.

E não haverá um único movimento para tentar impelir a distribuição de fake news. Atualmente, o serviço já é acusado de ser uma terra sem lei e de não promover regras para punir quem descumpre a legislação vigente. Em 2022, existe a possibilidade de que uma ‘pintura’ seja feita na fachada do Telegram. Ou seja, criar uma política que pense em impedir propagação de fake news, mas na prática, não acontecerá nada.

O Telegram sabe que, se outros aplicativos fecharem a porta para o submundo das eleições, as fake news, alguém terá de abrir. E a empresa aposta em ser a responsável por este canal. Isso porque isso promoverá um aumento substancial em seu lucro. Por isso, a empresa já tomou a decisão de não investir em barrar propagação de mentiras eleitorais. Mesmo que para isso, eleja o próximo presidente. Acontece que o STF está de olho e pode banir o aplicativo.

Daniel Cesar

Daniel César é jornalista e trabalha no Diário do Centro do Mundo como editor. Escreve desde os 10 anos e é fanático por TV, novelas e política.

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