TSE nega pedido do PL e mantém multa de R$ 22,9 milhões por relatório golpista

Atualizado em 15 de dezembro de 2022 às 12:52
Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Foto: Reprodução

Na manhã desta quinta-feira (15), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou um recurso apresentado pelo PL, o partido do presidente Jair Bolsonaro (PL), e continuou com a multa de R$ 22,9 milhões ao partido, empregada contra o relatório golpista para invalidar parte dos votos do segundo turno.

A decisão individual do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, contra o partido de Bolsonaro foi mantida e acompanhada por outros cinco ministros da Corte: Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Benedito Gonçalves, Sérgio Banhos e Carlos Horbach.

O presidente da Corte considerou que a ação do PL foi “ostensivamente atentatória ao Estado Democrático de Direito” e foi apresentada de “maneira inconsequente”. A multa foi empregada por Moraes por ter considerado que houve “litigância de má-fé”, isto é, quando a Justiça é acionada de maneira irresponsável.

“A ausência de quaisquer indícios e circunstâncias que justifiquem a instauração da verificação extraordinária, aliada à conduta ostensivamente atentatória ao Estado Democrático de Direito, autorizam a aplicação de multa por litigância de má-fé”, informou o ministro.

Por outro lado, a única divergência foi do ministro Raul Araújo. Apesar de direcionar críticas ao teor do relatório sobre as urnas eletrônicas apresentado pelo PL, o magistrado entendeu que o valor da multa foi exacerbado e que as contas do partido não deveriam ser tido bloqueadas por completo.

O valor total da sanção imposta inicialmente para todos os partidos da coligação do presidente é de R$ 22,9 milhões para cada um. Até o pagamento do valor, o Fundo partidário das legendas deverão ficar bloqueados. Em novembro desse ano, o TSE bloqueou R$ 13.599.298,26 encontrados nas contas do Partido Liberal. 

No dia 26 de novembro, Moraes decidiu retirar o Progressistas e o Republicanos, legendas que integram a coligação que patrocinou a candidatura de reeleição de Bolsonaro, de assumir, ao lado PL, a multa por acionar a Justiça de forma desleal ou irresponsável. O ministro suspendeu o bloqueio dos recursos do fundo partidário das duas legendas.

Os dois partidos informaram ao TSE que reconheceram a vitória no segundo turno das eleições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sustentaram que “nunca foram consultadas” pelo partido, chefiado pelo ex-deputado Valdemar da Costa Neto (PL), sobre a ação que questionou o sistema eletrônico de votação, apenas no segundo turno das eleições.

No mês passado, o PL mostrou ao TSE um suposto problema em parte dos modelos de urnas eletrônicas utilizadas nas eleições que, segundo o documento apresentado, impediria a auditoria dos votos depositados nelas. Sendo assim, o partido do presidente solicitou que os votos dessas urnas fossem anulados, o que acabaria dando a vitória das eleições ao presidente.

Mas, segundo especialistas, o problema apontado não foi comprovado e, de qualquer forma, mesmo se comprovado, não impediria a conferência dos votos.

Por sua vez, ao recorrer contra a decisão de Moraes e solicitar a “revogação da multa”, a sigla afirmou que não teve a intenção de causar qualquer tumulto ao processo eleitoral brasileiro, “muito menos fomentar qualquer tipo de movimento ideológico”.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link