Duas coisas são certas como 2 e 2 são 4 no PSDB: 1) João Doria não vai conseguir reconstruir a cisão das prévias do partido, que disputou com Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, e Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus; 2) os militantes do partido querem seguir com Sergio Moro na corrida presidencial do ano que vem.
O quadro atrapalha as negociações entre o ex-governador Geraldo Alckmin, que promete se desfiliar do partido, e o PT que o quer como vice de Lula, abrindo espaço para Fernando Haddad em São Paulo.
Leia mais
1. Deputado vai propor medida judicial contra liberação de garimpos pelo general Heleno
2. Papa Francisco afasta responsável pelo Mosteiro de São Bento após denúncias de pedofilia
3. São Gabriel da Cachoeira, que recebeu 7 garimpos a mando de Heleno, abriga 23 etnias indígenas
Como o DCM já disse, nem dona Lu sabe o que passa pela cabeça de Geraldo. Mas uma coisa é certa: entre seus apoiadores vai haver desobediência caso ele aceite uma composição com o PT.
Os descontentes com Doria, e são muitos no partido, ainda acreditam na 3a via. E a pessoa que melhor se enquadra nesse perfil é o ex-juiz da Lava Jato, considerado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal por causa das sentenças fajutas que levaram à prisão de Lula e a ascensão de Bolsonaro.
Bolsonaro é outro que os tucanos dissidentes não querem ver nem pintado.
Desobediência tucana
Lembrado de que Mário Covas apoiou a candidatura de Marta em 2000 (a petista disputou o 2o turno com Maluf), um militante histórico disse que naquele tempo era um outro PSDB. O próprio lembrou que em 1989 votou em Collor para deter Lula no 2o turno da eleição presidencial.
A novela Geraldo e Lula ganha novos contornos nesse início de semana: seus correligionários querem ir com Moro, e não com o petista. E já mandaram recado: se o ex-governador seguir no caminho contrário vai ter desobediência.