Capa da Veja já entrou para os anais da canalhice da imprensa nacional. Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 20 de novembro de 2021 às 15:16
Capa da Veja
Veja compara menor rejeição de Lula com os altos índices de Bolsonaro e Moro – Foto: Reprodução/Veja

Por Luis Felipe Miguel

Não há dúvida de que a capa da Veja sobre a “altíssima rejeição” dos três principais candidatos presidenciais já entrou para os anais da canalhice da imprensa nacional.

Os números que a própria revista usa apontam um abismo entre os índices de rejeição dos dois postulantes da extrema-direita e o de Lula.

Dois em cada três eleitores dizem que não votam em Bolsonaro de jeito nenhum. Três em cada cinco recusam Moro.

Ainda vai rolar muita água por debaixo da ponte. Mas, como fotografia de momento, mostram ser candidaturas inviáveis para uma eleição em dois turnos.

A rejeição a Lula está em 39%, um percentual que, na verdade, pode ser considerado baixo.

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A rejeição tende a subir conforme o candidato é mais conhecido pelos eleitores e conforme ele está mais bem situado na disputa. No caso de Lula, entra na conta também a incessante campanha de difamação, em curso há anos.

Apesar disso, ele mantém índice de rejeição inferior até ao de candidatos nanicos, como Ciro ou Doria.

Se há notícia, então, é que a baixa taxa de rejeição confirma o favoritismo de Lula para 2022.

O fantasma da rejeição ao ex-presidente aparece, com outra roupagem, na coluna de Demétrio Magnoli, na Folha de hoje.

O texto é uma defesa de Alckmin como vice de Lula. O argumento: uma chapa assim “afastaria temores de amplas parcelas do eleitorado, limando os perigosos índices de rejeição que cercam sua candidatura”.

Imagino que o próprio Magnoli sabe que a frase é mentirosa.

Alckmin como vice não contribuiria para reduzir uma “perigosa” rejeição do eleitorado a Lula. Seria, isto sim, uma aposta para levantar os vetos que grupos poderosos – da burguesia, da mídia, das cúpulas militares – fazem a um novo governo popular no Brasil.

Esta é, enfim, a questão, que vai muito além da mera disputa eleitoral. A terceira presidência de Lula terá como horizonte se acomodar a estes grupos ou enfrentá-los?

Parece-me que, sem reunir forças para o enfrentamento, não será possível reverter os retrocessos dos últimos anos, muito menos sonhar com novos avanços.

(Texto originalmente publicado no FACEBOOK do autor)

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