Vereadora do PT que sofreu racismo denuncia ligação de perfis a políticos bolsonaristas

Ela sofreu ataques após participar de ato por justiça para Moïse Kabagambe no último sábado (05)

Atualizado em 9 de fevereiro de 2022 às 18:35
Vereadora do PT que sofreu racismo denuncia ligação de perfis a políticos bolsonaristas
Foto: Reprodução

Após participar de ato por justiça para Moïse Kabagambe no último sábado (05), a vereadora do PT, Carol Dartora, denunciou que sofreu ataques racistas. Ela observou, nos perfis que a atacaram, uma possível vinculação com políticos bolsonaristas.

As ameaças aconteceram, segundo Carol, por associarem a imagem dela a uma suposta “invasão” à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, no Centro de Curitiba. A vereadora, porém, não estava no momento em que aos manifestantes entraram na igreja. A assessoria da parlamentar afirmou que irá acionar o Ministério Público.

“A gente não acredita que os perfis sejam falsos. Em comum, observamos uma possível vinculação dos autores das ameaças e ataques recebidos com políticos bolsonaristas. Mas isso só será possível confirmar na investigação. Nossa assessoria jurídica está finalizando a denúncia. Será encaminhada diretamente para o Ministério Público ainda hoje ou no máximo na manhã de amanhã. Como vai direto para o MP, nossa assessoria explicou que não é necessário fazer o B.O”, disse a assessoria em nota ao DCM.

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Vereadora repudia ataques

No início da tarde de hoje (9), Carol Dartora compartilhou no Twitter prints das mensagens recebidas em seu Instagram. Um usuário da rede social enviou:  “Macaca fedorenta…vai pagar pelo que fez. Você não dura 2 meses”, claramente em tom de ameaça.

Ao DCM, a vereadora confirmou que não organizou o ato que pedia justiça por Moïse, mas participou dele. Ela também afirmou que não entrou na igreja supostamente invadida. Por fim, afirmou que é “muito triste o esvaziamento do objetivo do ato que era denunciar essa doença que é o racismo”.

“Eu não participei da organização do ato realizado aqui em Curitiba no último sábado, que pedia justiça por Moïse e Durval, mas como militante do movimento negro, como vereadora, estive na praça com outras pessoas, assim como já estive em tantos outros atos, protestando contra o racismo e a xenofobia. Não entrei na igreja, mas mesmo assim estou sofrendo ameaças racistas e contra a minha integridade”, disse.

“Essas atitudes desvirtuam a finalidade do ato e demonstram a violência do racismo na nossa sociedade. Estou sendo ameaçada, mais uma vez, porque sou uma mulher negra e protestei contra o racismo. Não condeno a indignação de quem entrou na igreja, mas é muito triste o esvaziamento do objetivo do ato que era denunciar essa doença que é o racismo”, finalizou.

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