Aras decidiu em favor de Alcolumbre contra Mendonça para se beneficiar, dizem aliados

Atualizado em 20 de outubro de 2021 às 21:02
Augusto Aras PGR
Augusto Aras foi criticado por bolsonaristas

Aliados bolsonaristas estão furiosos com Augusto Aras. Isto porque o PGR pediu ao STF a rejeição de um pedido de investigação do presidente do CCJ no Senado. A ação está relacionada pela demora de Davi Alcolumbre na marcação da sabatina de André Mendonça.

Parlamentares que apoiam o presidente se mostraram indignados com o comportamento do procurador-geral da República. Na opinião deles, Augusto pediu a rejeição para ser favorecido. “Tá na cara que ele quer que o Mendonça se ferre”, falou um interlocutor do presidente.

Bolsonaro escutou as reclamações e disse que confia no PGR. “Se eu desconfiar que ele tá boicotando o Mendonça, não o indico. Ele sabe disso”, informou o presidente aos aliados. Mas os bolsonaristas disseram ao presidente para não ter tanta confiança em Aras.

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Ação rejeitada por Aras

Ação foi apresentada por um advogado que pede que Alcolumbre seja afastado da presidência da CCJ por supostos crimes de responsabilidade e discriminação religiosa.

A manifestação da PGR, assinada pelo vice-procurador Humberto Jacques de Medeiros, afirma que não há indícios suficientes de crime na conduta do senador para abertura de um inquérito.

“Não havendo providências criminais a serem adotadas junto à Suprema Corte pelo titular da ação penal, e sendo incabível a figura da reclamação, entende o Ministério Público que a hipótese é de extinção da presente petição”, afirmou.

Atraso na sabatina de Mendonça

Mendonça foi indicado por Bolsonaro em 13 de julho, um dia após a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello. Seu nome foi encaminhado à CCJ logo em seguida. O tempo para que a sabatina seja marcada já é o mais longo desde a redemocratização. Com isso, o Supremo passou a funcionar com apenas dez ministros.

Recentemente, o ministro Ricardo Lewandowski negou pedido dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) para que o próprio magistrado marcasse a sabatina. Na decisão, no entanto, Lewandowski afirmou que a competência de fazê-lo é do Congresso Nacional.