Onda de cancelamentos chega a SP e mostra de cinema soviético é adiada

Atualizado em 3 de março de 2022 às 18:09
Fachada do CINESESC, local que o cinema soviético foi cancelado
Onda de cancelamentos culturais atinge mostra de cinema soviético e russo que aconteceria no Cinesesc de São Paulo. Foto: Reprodução.

A onda de cancelamentos culturais contra a Rússia que se espalhou por todo o mundo já chegou em São Paulo. Os organizadores de uma mostra de cinema soviético e russo decidiram adiar o evento que aconteceria entre os dias 10 e 23 de março, no Cinesesc, na região central de São Paulo.

Em todo o mundo, instituições e eventos estão boicotando a Rússia em razão da guerra na Ucrânia, que já entrou no oitavo dia. Nova data ainda não foi definida pelos organizadores. A mostra exibiria filmes do Estúdio Mosfilm, criado por Lênin. 

O evento prestaria homenagem ao bicentenário de nascimento de Fiódor Dostoiévski (1821-1881), com a exibição do longa-metragem “O Idiota”, de Ivan Pyryev (1958).  Trata-se de um filme do Estúdio Mosfilm, criado por Lênin, o líder da Revolução Bolchevique, para quem o cinema era “a arte do século”. O idealizador do estúdio deixou os fundamentos do Mosfilm estruturados, mas não viveu para inaugurá-lo.

Entre os filmes previstos, estava a exibição de “Rua Mercantil Nº 3”, de Abraham Room, considerado uma uma raridade. Considerado transgressor, o filme mudo de 1927 retrata um triângulo amoroso inspirado na vida real e libertária do poeta, ator, roteirista e cineasta amador Vladimir Maikovaski (1893-1930). Vladivostok (2021), último lançamento do Estúdio Mosfilm nos cinemas, também seria exibido durante a mostra.

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Não é só o cinema soviético: Entenda o que são os bloqueios culturais contra a Rússia

Bloqueios culturais contra artistas e eventos russos estão ocorrendo em todo o mundo. The Metropolitan Opera e a Orquestra Filarmônica de Roterdã, por exemplo, estão se recusando a trabalhar com artistas que apoiem Putin ou que rejeitem condenar publicamente a invasão da Ucrânia.

Por outro lado, há quem questione esse movimento de cancelamentos com base no argumento de que a cultura tem o papel de unir as pessoas justamente quando os políticos não conseguem fazer. O objetivo dos bloqueios que atingem instituições culturais de todo o mundo seria deixar a Rússia isolada.

Conheça alguns dos cancelamentos

Entre as instituições que anunciaram bloqueios culturais à Rússia, Disney, Sony e Warner já afirmaram que não exibirão seus lançamentos no país até o fim do conflito.

No Reino Unido, o festival de Glasgow, que começou na última quarta-feira (2) decidiu banir dois filmes russos que participariam do evento: “No Looking Back” e “The Execution”.

Outros dois festivais anunciaram bloqueios: Festival de Estocolmo e de Cannes. Os bloqueios vão desde a retirada da programação de todos os filmes com financiamento estatal russo à recusa em aceitar a presença de pessoas ligadas ao governo russo no evento.

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