A direita tem os lavajatistas, e as esquerdas têm o quê? Por Moisés Mendes

Atualizado em 8 de novembro de 2021 às 10:50

Publicado no Blog do Moisés Mendes

Deltan Dallagnol e Sergio Moro
Deltan Dallagnol e Sergio Moro.
Foto: Jorge Araújo/Folhapress

Anunciam que mais um lavajatista deve concorrer a deputado federal em 2022. É o procurador Diogo Castor, da turma de Curitiba, expulso do Ministério Público por ter mandado fazer um outdoor de exaltação da própria Lava-Jato.

As redes sociais, sites e blogs de esquerda falam com certa indignação da tentativa dos justiceiros de conquistar cargos na política que eles tanto desqualificaram.

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Mas não é esse o problema. Sergio Moro pode querer ser presidente e Deltan Dallagnol pode desejar uma cadeira na Câmara dos Deputados, mesmo que sempre dissessem que morreriam dedicados à missão de atuar pela justiça (no caso, a que favorecia só a direita).

Mas o problema não é esse. A grande questão posta para as esquerdas é uma dúvida incômoda. As esquerdas têm como apresentar contrapontos à altura dessas figuras da direita e da extrema direita dissimulada?

Com os lavajatistas, a direita tenta buscar novos nomes que ampliem bancadas e ao mesmo tempo tragam renovação. E as esquerdas? As esquerdas sabem que não têm essa vitalidade renovadora da direita.

O mais razoável seria se as esquerdas parassem de lamentar a entrada da turma de Moro na política e fortalecessem nomes que lutaram contra o lavajatismo.

Sabemos que é complicado. É mais fácil um Dallagnol ser absorvido por um partido de direita do que uma cara nova ser assimilada por um partido de esquerda.

Tem sido assim nas últimas eleições, como mostram as estatísticas. Nas eleições para o Congresso e Assembleias Legislativas, a direita se renova e se fortalece, e as esquerdas perdem representação.

Se as esquerdas agirem, parando de só reclamar dos lavajatistas que pretendem fazer política, as coisas podem melhorar.

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