TV Bolsonaro: Diretor da EBC sugere diminuir jornalismo na pandemia e entidades repudiam

Atualizado em 1 de fevereiro de 2022 às 19:40
Foto do presidente da EBC usando terno preto. Ele é branco, não usa barba e é calvo.
Diretor afirmou que a campanha de imunização não é algo interessante. Foto: Alan Santos / PR

A Organização Interamericana de Defensoras e Defensores das Audiências (OID) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) repudiaram nesta terça (1) as falas do diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Glen Lopes Valente, que vem pressionando os veículos da empresa pública, como a TV Brasil, a reduzirem a cobertura jornalística sobre a pandemia da Covid-19.

Valente disse em uma conversa que “é chato” ficar falando sobre a crise sanitária diariamente que a campanha de imunização contra o novo coronavírus “não é um negócio interessante” para ser veiculado com frequência.

A EBC, que reúne a TV Brasil, a Agência Brasil e rádios públicas, é alvo de críticas por funcionários que afirmam haver censura do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redações da empresa.

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OID lança nota contra interferência na EBC

A OID afirmou que “informar sobre a pandemia e todos os fatos relacionados não é uma mera questão de programação televisiva, mas de prestação de serviço público à população”.

Na nota, a OID diz que “ao considerar que o jornalismo de emissoras públicas deve seguir o modelo de algumas empresas comerciais, nas quais prevalece o vale tudo na busca por audiência, o diretor-presidente da EBC demonstra não apenas desconhecimento da importância da comunicação pública e sua previsão constitucional, mas também insensibilidade ao considerar que informações sobre a pandemia de Covid-19 e seus desdobramentos não devam ser noticiadas porque, segundo suas próprias palavras, ‘é chato’ falar de crise sanitária”.

A AIB também disse que “o acesso à informação pelos cidadãos é um direito constitucional, e a tentativa de manipular o noticiário ou, até mesmo, censurá-lo configura um crime contra o Estado democrático de Direito.”

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