Lula fez bem ao falar de aborto, diz Elio Gaspari

Atualizado em 10 de abril de 2022 às 10:16
Foto de Lula com barba e cabelos brancos, apontando o dedo indicador direito para a frente.. Elio gaspari defendeu o discurso
Ex-presidente defendeu a importância do aborto como política de saúd epública. Foto: Ricardo Stuckert

O jornalista e escritor brasileiro Elio Gaspari disse que Lula fez bem ao tocar no tema do aborto em coluna à Folha de São Paulo. Ele também criticou as reações a fala e associou o Brasil ao Curupira, “Vive no mato e quem se aproxima dele perde a noção de rumo.”

Na declaração, Lula disse que “Aqui no Brasil não faz [aborto] porque é proibido, quando, na verdade, deveria ser transformado numa questão de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha. Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho, vou discutir com meu parceiro. O que não dá é a lei exigir que ela precisa cuidar”.

Apesar de já ter declarado ser pessoalmente contrário ao aborto, Elio Gaspari disse que Lula se manifestou “noutra direção, a do reconhecimento de que é um direito da mulher decidir interromper uma gravidez.”

“Toda vez que a política brasileira é envenenada pela satanização desse assunto, uma coisa é certa: alguém chegou perto de um Curupira e está sem rumo”, acrescentou.

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“Hoje o abordo tornou-se uma questão de saúde pública”, afirma Elio Gaspari

Foto de manifestação feminista. Escrito no cartaz estão as frases "nem presa, nem morta". Elio Gaspari defende Lula
Mulheres fazem manifestação política a favor do aborto. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag Brasil

Gaspari citou o filme “Pixote”, que relata o aborto de Marília Pêra com uma agulha de tricô. Ele disse que o aborto “tornou-se uma questão de saúde pública pelos casos parecidos com os de ‘Pixote’ e pelo progresso da medicina.”

Atualmente, cerca de 250 mil mulheres são internadas anualmente por complicações de abortos clandestinos. Os medicamentos vendidos ilegalmente podem causar infertilidade, infecções, sangramentos e, em última instância, à morte.

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