Agência espacial do governo vai bancar 10 servidores em Dubai por R$ 400 mil

A Agência Espacial Brasileira (AEB) vai bancar sua cúpula em Dubai com R$ 400 mil. Em uma viagem de 10 servidores, o órgão vai gastar o valor só com passagens, diárias e taxas de inscrição em eventos. Sete deles chegaram aos Emirados Árabes Unidos no último dia 14 e todos ficam até 31 de outubro. Eles recebem todos os dias de US$ 320 a US$ 350 (de R$ 1.772 a R$ 1.939) para bancar hospedagem e alimentação.

A comitiva participou da Semana do Espaço na feira Expo Dubai, que começou em 17 de outubro e foi até o dia 23. A programação oficial e relatos de participantes sugerem que a AEB não teve participação relevante no evento. Lideraram o evento a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e o Ministério da Ciência e Tecnologia.

A comitiva também participou da conferência Space For Women, voltada à atuação feminina no trabalho espacial. Durou dois dias: 21 e 22 de outubro. A informação é do Blog do Noblat no Metrópoles.

O “trabalho-passeio” do governo brasileiro, como descreveu Jorge Seif, vai custar R$ 3,6 milhões aos cofres públicos. 69 pessoas do Executivo foram para a cidade dos Emirados Árabes para feiras e exposições entre setembro e outubro.

O total ainda não foi estimado no Portal da Transparência do governo, mas levantamento do Globo sugere mais de R$ 3 milhões. Entre os gastos estão diárias, previstas pela legislação entre US$ 300 e US$ 350 (gasto de R$ 1.652 a R$ 1.927 por dia por pessoa).

Além disso, foram contratados gastos em divulgação nos Emirados. Entre eles estão R$ 922 mil com material promocional, R$ 50 mil com réplica do Cristo Redentor, R$ 380 mil com apresentações de “cunho artístico” e R$ 2,3 milhões com a montagem da exposição.

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Viagem a Dubai mostra que talvez Guedes tenha razão

A Agência Espacial Brasileira é vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, do astronauta Marcos Pontes. A pasta é a que mais sofre com a crise orçamentária do governo. Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou Pontes de “burro”. Seu argumento é que há incompetência na gestão de dinheiro público pela Ciência.

Talvez Guedes tenha razão.

 

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