Advogado de militares culpa catador de latinhas por morte de músico com 80 tiros no Rio

O advogado dos 12 militares que respondem na Justiça Militar pelo assassinato do músico Evaldo Rosa acusou sem apresentar evidências o catador de latinhas Luciano Macedo, que morreu na mesma ação, em Guadalupe, zona oeste do Rio de Janeiro. O julgamento começou nesta quarta-feira (13).
Segundo a defesa dos militares, o catador seria olheiro do tráfico e autor do tiro que matou Evaldo. Viúva de Macedo, Dayana Fernandes demonstrou indignação com o desenrolar do julgamento. Com informações da Carta Capital.
“É revoltante, eu estou indignada. Estão insinuando que meu marido tinha envolvimento com o tráfico da região, que meu marido foi culpado pelo que aconteceu com o Evaldo. É muito fácil acusar quem já está morto e não pode se defender. Enquanto isso, o Exército mata quem eles querem. O Luciano já tinha saído do tráfico há muito tempo, já tinha saído dessa vida”, disse Dayana.
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Condenação e absolvição de militares
O Ministério Público Militar pediu a condenação de oito militares e a absolvição de outros quatro, envolvidos na ação, mas que supostamente não atiraram.
Assistente de acusação, o advogado André Perecmanis afirmou no julgamento que uma absolvição representaria impunidade.
“As Forças Armadas não ensinam a executar pessoas. Mas uma absolvição hoje traria essa mensagem: duas crianças perderam o pai, famílias foram destroçadas e fica por isso mesmo”, argumentou Perecmanis.