Mamãe Falei, coveiro de Moro, foi responsável por onda de ódio contra padre Júlio Lancellotti

Atualizado em 14 de janeiro de 2022 às 9:16
Veja o MamãeFalei e Padre Júlio Lancellotti
Mamãe Falei e Padre Júlio Lancellotti. Foto: Wikimedia Commons

O youtuber Mamãe Falei, do MBL, é o “coveiro de Sergio Moro” segundo José Cássio no DCM. Arthur do Val vai contribuir para a queda da campanha do ex-juiz, que deveria se aproximar de João Doria Jr. ou de algum nome com mais familiaridade na extrema direita.

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Mamãe Falei em uma campanha de ódio

Mas a história do youtuber não é só de ajuda ao golpe contra Dilma Rousseff em 2016 ou de vídeos vergonhosos na internet. Ele esteve envolvido em uma campanha de ódio pelas redes sociais em 2020.

Documentei isso em uma reportagem no DCM. Confira trechos:

No dia 15 de setembro, Arthur Do Val, o youtuber MamãeFalei do MBL, postou o seguinte no Twitter: “O que o Padre Lancellotti faz é deplorável. A Igreja Católica tem uma linda histórica e não pode ficar a mercê de um cafetão da miséria. Nunca ameacei ninguém, nem ele. Ele é uma das maiores farsas do Brasil, em breve vocês saberão! Vou desmascarar esse padre”.

Ele é hoje candidato à prefeitura de São Paulo pelo Patriota e está demonstrando o comportamento mais extremista nas redes sociais nessa disputa. É acusado de mentir e distorcer informações para uma plateia sedenta de ódio.

O influenciador foi criticado pela imprensa e por internautas, ficando entre os assuntos mais comentados da rede pela violência da postagem. Um dia depois do episódio, o site Jornal da Cidade Online, de fake news bolsonarista, escreveu um texto com a seguinte chamada no Twitter: “Arthur tem razão. O padre sempre explorou a miséria. É um autêntico padre militante. Por outro lado, o padre também tem razão. Arthur quer aparecer e usa o padre para tal. É o oportunismo que caracteriza o MBL”. Apesar de ser um alvo comum dos defensores do presidente, o youtuber do Movimento Brasil Livre agora é poupado e eventualmente exaltado. E a tática ofensiva do MamãeFalei não começou neste mês para a campanha eleitoral pela prefeitura de São Paulo, usando o padre Júlio Lancellotti, que ajuda moradores de rua, como escada.

Isso vem de antes. 

No final de agosto, MamãeFalei atacou o DCM, o 247 e sites de esquerda com uma mentira. “Mulher foi baleada durante tiroteio e morreu. Ela se curvou para proteger o filho e foi atingida por balas de fuzil. Você não verá a esquerda falando desse caso. Sabe por quê? Porque era uma guerra entre facções tentando dominar um morro. Aí eles se calam!”, disse o youtuber. Ele comentou sobre o assassinato de uma mulher chamada Ana Cristina no Complexo do São Carlos, em um conflito de facções nas favelas. A mulher morreu protegendo o filho de três anos e o DCM deu a notícia, assim como outros sites e perfis nas redes, diferente do que ele afirmou.

Quem criticou Arthur MamãeFalei Moledo do Val no Twitter, imediatamente foi atacado por perfis anônimos utilizando avatares de animes (animação japonesa) e gamers. É uma parte das milícias que, muitas vezes, endossa Bolsonaro e que hoje está ao redor dos políticos do MBL, hoje endossado por grupos de mídia como a Jovem Pan.

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Em uma entrevista ao DCM no dia 21 de agosto, o educador Daniel Cara, filiado ao PSOL, definiu bem o comportamento do youtuber do Movimento Brasil Livre. “Assim como Rodrigo Constantino é bolsonarista e supostamente liberal, isso se aplica ao grupo do MBL. Ele são contra o governo Bolsonaro só até determinado ponto”, explica Daniel. Através de grupos liberais, como Instituto Mises e Millenium, MamãeFalei chega a fazer críticas ao atual governo, mas depois replicam procedimentos das milícias fiéis ao presidente. “É o entorno da Jovem Pan”, completa.

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