VÍDEO: ‘Devemos falar da Palestina assim como da Ucrânia’, diz campeão mundial de squash

Atualizado em 14 de março de 2022 às 14:20
Ali Farag fala sobre Ucrânia e Palestina
Ali Farag pediu que o mundo observe a situação da Palestina do mesmo modo que discute hoje o cenário de guerra na Ucrânia.
Foto: Reprodução

Após vencer o campeonato mundial de squash Optasia, disputado no Wimbledon Club, em Londres, o egípcio Ali Farag usou seu discurso para pedir que o mundo observe a situação da Palestina do mesmo modo que discute hoje o cenário de guerra na Ucrânia. Ele é considerado o maior atleta da modalidade no mundo atualmente.

“Eu sei que dizer isso vai me causar problemas, mas todos nós vimos o que está acontecendo no mundo no momento com a Ucrânia e ninguém está feliz com isso”, disse Farag. “Ninguém deveria aceitar nenhum assassinato no mundo, qualquer opressão. Nós nunca fomos autorizados a falar sobre política nos esportes, mas de repente agora é permitido. Então, agora espero que as pessoas também olhem para a opressão em todo o mundo”, acrescentou.

“Os palestinos estão passando por isso nos últimos 74 anos e, bem, acho que porque não se encaixa na narrativa da mídia do Ocidente. Não podíamos falar sobre isso, mas agora que podemos falar sobre a Ucrânia, podemos falar sobre os palestinos. Então, por favor, tenham isso em mente”, continuou Farag.

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Ali Farag criticou cobertura da mídia sobre a guerra

Em uma crítica à mídia ocidental, o atleta disse que o conflito palestino não aparece com destaque nas notícias, pois “não se encaixa na narrativa da mídia do Ocidente”.

Citando exemplos de importantes meios de comunicação, a Associação de Jornalistas Árabes e do Oriente Médio (AMEJA) disse em um comunicado: “Esse tipo de comentário reflete a mentalidade difundida no jornalismo ocidental de normalizar a tragédia em partes do mundo, como Oriente Médio, África, Sul da Ásia e América Latina.”

“Isso desumaniza e torna sua experiência com a guerra algo normal e esperada”, disse o corpo dos jornalistas.

Palestina surda de 11 anos é atacada pela polícia israelense, mas não será notícia por não ser ucraniana

No fim do mês passado, uma menina de 11 anos foi hospitalizada após ser ferida na cabeça por uma granada disparada pela polícia israelense. No entanto, o caso não ganhou repercussão porque ela não é ucraniana.

Segundo o jornalista Charlie D’Agata, da CBS, ela não é nem “relativamente civilizada”, está na periferia do mundo. A agressão aconteceu durante confrontos perto do Portão de Damasco, enquanto palestinos se reuniam em Jerusalém para um feriado islâmico.

A polícia israelense atacou mulheres e crianças com bombas de efeito moral e canhões d’água de alta pressão. Uma garota em cadeira de rodas foi agredida e outra, agarrada pelos cabelos.

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