Governo mantém sob sigilo visitas de Valdemar Costa Neto a Bolsonaro

Atualizado em 5 de abril de 2022 às 12:25
Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro
Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro

Para manter em sigilo as visitas do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, ao Palácio do Planalto, o governo alegou risco à segurança do presidente Jair Bolsonaro (PL). As incursões do dirigente no prédio passaram a ser consideradas de acesso restrito. Costa Neto virou uma espécie de assessor informal do chefe do Executivo federal.

No início de março, os registros do Planalto foram solicitados pelo Estadão, por meio da Lei de Acesso à Informação. O pedido, entretanto, foi negado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que alegou: “O nome e a data de entrada de visitantes na Presidência da República cumprem a finalidade específica de segurança. Fica clara a impossibilidade do fornecimento dos dados pessoais solicitados para outros fins que não a segurança na Presidência”.

Condenado no processo do mensalão, Valdemar hoje tem grande influência sobre o governo Bolsonaro. Ele dá indicações para cargos estratégicos e atua na liberação de recursos federais. Foi ele quem apadrinhou a nomeação da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, que deixou o cargo para disputar as eleições. O presidente do PL também contribuiu para colocar Garigham Amarante Pinto na direção do Fundo Nacional de Desenvolvimento à Educação (FNDE). Garigham foi responsável pela licitação de um ônibus escolar com sobrepreço de R$ 732 milhões.

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Quem é Valdemar Costa Neto?

Valdemar Costa Neto
Valdemar Costa Neto, presidente do PL

Valdemar foi condenado em 2013 pelo STF a sete anos e dez meses de prisão e multa que passa de R$ 1 milhão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em 2016, teve perdão concedido pelo ministro Luís Roberto Barroso. Desde 2014, ele cumpriu prisão domiciliar, e com a decisão ficou livre, não tendo mais que prestar contas à Justiça. Será mesmo?

Em 2015, foi citado por Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, investigado na Operação Lava Jato. Ele contou que Costa Neto recebeu 200 mil reais “por fora” e 300 reais mil em doações oficiais, para manter as portas abertas com o PR, que dominava o Ministério dos Transportes. Segundo Pessoa, nunca houve contraprestação concreta.

Em agosto de 2005, Costa Neto renunciou ao mandato de deputado federal, quando se viu envolvido no escândalo do mensalão. Voltou a se eleger posteriormente em 2007. Em 5 dezembro de 2013, renunciou novamente ao mandato de deputado federal após condenação no processo do mensalão. Em carta, ele disse que tomou a decisão para não impor ao Parlamento “mais um constrangimento institucional”.

 

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