Com medo, Bolsonaro tem certeza de que pode ser preso, dizem aliados

Atualizado em 16 de fevereiro de 2024 às 7:30
Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por um Carnaval com a certeza de que seria preso, especialmente após ser alvo de busca e apreensão pela Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, e ver a detenção do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, por posse de arma irregular e uma pepita de ouro, no dia 8 de fevereiro.

Segundo a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, aliados políticos afirmam que Bolsonaro chegou a temer sua própria prisão e se emocionou ao falar sobre o ocorrido com Valdemar. Para acalmá-lo, seus auxiliares passaram a agir, enquanto pessoas próximas consultavam contatos jurídicos, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF), para avaliar o risco iminente.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) e o ministro Gilmar Mendes, do STF, foram acionados para interceder junto ao ministro Alexandre de Moraes por meio do ex-deputado e ex-ministro Carlos Marun. Temer, conhecido por sua cautela em temas delicados, preferiu discutir pessoalmente questões desse tipo, especialmente com Moraes. O presidente do PL foi solto após dois dias detidos.

A tensão se intensificou com a revelação do teor da reunião golpista ocorrida em 5 de julho de 2022, na qual Bolsonaro e seus aliados discutiram estratégias para minar a credibilidade do sistema eleitoral e ameaçaram a democracia. O vídeo desse encontro embasou a operação contra Bolsonaro e seus aliados. Durante mais de uma hora, Bolsonaro proferiu ataques e ameaças, inclusive contra ministros da Corte.

Jair Bolsonaro e Valdemar, presidente do PL. Foto: reprodução

Foi só na segunda-feira (12) que Bolsonaro mostrou alguma tranquilidade, ao menos para seus correligionários do PL. Ele foi convencido pelo pastor Silas Malafia e agora tem a estratégia agora de destacar sua popularidade e mobilizar apoiadores para uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, marcada para o dia 25 de fevereiro.

Em um vídeo publicado nas suas redes sociais, Bolsonaro convocou os apoiadores a comparecerem trajando verde e amarelo, pedindo que não levem faixas ou cartazes contra ninguém, e prometeu defender-se de todas as acusações recentes.

“Ao longo dos últimos meses, diversas acusações foram feitas contra mim. Neste evento, quero me defender e mostrar a união de todos vocês, que são os mais importantes. Vamos mostrar nossa preocupação e o que queremos para o Brasil e para o mundo”, afirmou Bolsonaro.

No entanto, o evento corre o risco de “flopar”, pelo menos na participação de nomes destaque na extrema-direita. Entre as 20 principais lideranças bolsonaristas, apenas três confirmaram presença na manifestação, segundo a Folha de S.Paulo.

Já o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim Chorão, afirmou que “não há clima” para o movimento aderir ao protesto.

“Estão mais uma vez tentando usar o seguimento (dos caminhoneiros) como massa de manobra. Porém, não há clima para uma paralização geral, especialmente devido às questões climáticas e as atividades de colheita em curso”, explicou.

Veja a íntegra da reunião golpista:

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