Sergio Moro se encontra em uma grande enrascada, porque não está conseguindo formalizar fortes palanques nos estados. O maior baque aconteceu no último final de semana, quando seu candidato ao governo de São Paulo, Arthur do Val, o Mamãe Falei, teve um áudio vazado em que o conteúdo é sexista e misógino. O episódio respingou no ex-juiz da Lava Jato e apenas jogou um refletor no que vinha acontecendo há semanas.
Conforme apurou o DCM, lideranças do Podemos estão procurando alternativas para diminuir o impacto das falas do membro do MBL no presidenciável. Isto porque a imagem dele ficou muito associada ao grupo nas últimas semanas. Ele participou de eventos do Movimento Brasil Livre e fez uma live para abrir parte dos seus acordos com a Alvarez & Marsal com Kim Kataguiri.
A primeira mancha causada pelo grupo ocorreu com as falas de Kim sobre o nazismo. Na ocasião, por não ser um massacre público unânime contra o parlamentar, já que o maior alvo acabou sendo o apresentador Monark, o ex-ministro de Bolsonaro resolveu “passar pano”.
Porém, o caso de Arthur do Val foi diferente. A reação negativa foi imediata. Até fãs do MBL não se irritaram com o episódio e criticaram o parlamentar. Moro foi rápido e disse que não vai dividir palanque com o Mamãe Falei. Como de costume, o ex-juiz largou a mão de mais um aliado, pensando apenas na sua imagem.
Do Val retirou sua candidatura ao governo de São Paulo e o Podemos ficou sem pré-candidato. O partido já discute formalizar sua aliança com o PSDB e apoiar Rodrigo Garcia. Porém, a sigla assinou um acordo com o MBL e o grupo tem preferência para indicar um nome ao majoritário. Rubinho Nunes virou a bola da vez.
Só que lideranças da legenda não querem estar associados ao movimento. Em menos de um mês, foram os membros do grupo que jogaram as maiores bombas na pré-campanha do terceiro colocado nas pesquisas eleitorais. Os “pontos positivos” deles são menores que os “pontos negativos”.
Mas o ex-ministro tem posição diferente. Ele tem defendido a ideia que precisa do grupo nas eleições, principalmente para se comunicar nas redes sociais. Não por acaso, na tarde de hoje, declarou publicamente ao site O Antagonista que o MBL vai se recuperar.
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Moro e os outros estados
Mas a confusão envolvendo Arthur do Val apenas colocou no centro da discussão do Podemos outros estados. As lideranças perceberam que o ex-juiz não conseguiu ainda formar palanques sólidos na maioria das regiões do país. O maior exemplo disso é o Paraná.
Ratinho Jr. se comprometeu oferecer seu palanque para Moro. No entanto, o governador também dialoga com Jair Bolsonaro, mantendo-se um aliado do presidente da República. Poucas lideranças se mostraram firmes na aliança com o ex-juiz e isso é visto com enorme preocupação.
Além de achar um nome para dar palanque para o presidenciável em São Paulo, o Podemos vai precisar agilizar a formalização de parcerias em outros estados.
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