Sergio Moro precisa devolver dinheiro público usado em candidatura encenada. Por Moisés Mendes

Atualizado em 6 de abril de 2022 às 16:27
Sergio Moro com expressão preocupada olhando para o lado.
Sergio Moro. Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP

O ex-juiz suspeito Sergio Moro precisa devolver o que recebeu de dinheiro público, do fundo partidário do Podemos, onde ficou por apenas cinco meses, saltando fora e se transferindo agora para o União Brasil.

É o que pede o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) em ação popular encaminhada à Justiça Federal em Santa Maria.

Pimenta lembra que Moro usou os recursos para uma candidatura improvável à presidência, quando na verdade trabalhava para ganhar exposição e ser candidato a deputado.

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A ação destaca que Moro “obrou de forma ardilosa e premeditada no sentido de se valer de recursos públicos única e tão somente para fins de promoção pessoal, já que nem ficou filiado ao Podemos”.

O próprio Podemos, que teria sido lesado com a fuga do ex-juiz para outro partido, deve calcular o que gastou com Moro, e a Justiça deve pedir ressarcimento aos cofres públicos.

As estimativas são de que o partido gastou mais de R$ 3 milhões com a encenação da pré-campanha do ex-juiz como nome mais forte da inexistente terceira via.

Além disso, Moro teve salário mensal de R$ 22 mil e o custeio de viagens pelo Brasil e o Exterior, hospedagens e manutenção de equipe de comunicação.

As estimativas do próprio partido são de que teriam sido gastos ainda R$ 248 mil em segurança privada e R$ 600 mil em pesquisas de intenção de voto. Tudo verba pública.

Moro, diz a ação, chegou a viajar a São Paulo para anunciar que abandonaria o Podemos e se filiaria ao União Brasil, usando verba do fundo partidário da agremiação que estava desprezando.

Pimenta pede que os dirigentes do partido também sejam responsabilizados, se não provarem que não colaboraram “ativamente para o desvio de finalidade”.

Os advogados que entraram com ação em Santa Maria, domicílio de Pimenta, são Marcelo Gayardi Ribeiro, Marcio Medeiros Felix e Christine Rondon Teixeira.

Publicado originalmente no blog do Moisés Mendes

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