Enem: TCU põe lisura da prova sob suspeita e abre inquerito contra governo Bolsonaro
Às vésperas do Enem, o TCU (Tribunal de Contas da União) abriu procedimento para apurar denúncias contra o governo Bolsonaro. A lisura da prova foi colocada sob suspeita após debandada de 37 servidores no início de novembro e denúncias de interferência nas questões.
“Abrir o processo ao receber representação de parlamentares é o procedimento normal para o tribunal analisar o que foi solicitado”, diz o órgão.
A presidente do TCU, Ana Arraes, recebeu uma representação de parlamentares com críticas à gestão do Inep. O líder do PSB na Câmara, Danilo Cabral, e o líder da minoria, Marcelo Freixo, estavam na reunião.
Bolsonaro deixou claro que as perguntas do Enem “começam agora a ter a cara do governo”.
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Governo Bolsonaro tentou infiltrar negacionista e pediu para trocar “Golpe Militar” por “revolução”
O governo Bolsonaro tentou incluir profissionais que não passaram em processo seletivo na montagem do Enem. Entre os infiltrados do governo Bolsonaro estava uma professora de Biologia criacionista. Também havia bolsonaristas e quatro docentes ligados à Universidade Mackenzie. No total, a lista tinha 22 nomes.
O presidente ainda pediu que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, tratasse o Golpe Militar de 1964 como revolução no Enem. O pedido do presidente ocorreu no primeiro semestre deste ano, segundo membros do governo. O chefe da Educação levou a fala a membros da pasta e ao Inep, mas não trabalhou de modo prático, uma vez que os itens passam por longo processo de elaboração.
Desde 2019, primeiro ano do atual governo, nenhuma questão sobre a ditadura caiu no Enem. Isso é algo inédito desde que o exame é aplicado.
A pressão por causa da prova com a “cara do governo” gera desespero entre servidores envolvidos com a prova. Eles temem perseguições e punições caso o exame desagrade Bolsonaro. A informação é da Folha.
Há pressão para que o exame elimine temas desde o início do governo. Em 2019, por exemplo o governo censurou tirinha da Mafalda no exame. Uma comissão montada para avaliar as questões não aprovou enunciado que continha história da personagem de quadrinhos. “Gera polêmica desnecessária”, foi a conclusão.
No ano passado, após a prova, o presidente criticou uma questão que falava da diferença salarial entre Neymar e Marta. Para ele, era um tema ideológico.
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