Tudo sobre o caso Monark: defesa do nazismo e pedido de prisão

O youtuber ganhou os holofotes nesta terça-feira (08)

Atualizado em 8 de fevereiro de 2022 às 19:44
Tudo sobre o caso Monark: defesa do nazismo e pedido de prisão
Foto: Reprodução

O youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, do Flow Podcast, ganhou os holofotes nesta terça-feira (08). Ele defendeu na noite desta segunda (07) a existência de um partido nazista no Brasil.

A declaração aconteceu durante entrevista com os deputados Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (Podemos). Kim Kataguiri também compactuou com as ideias do youtuber.

Diante disso, o DCM decidiu separar um compilado de todos os acontecimentos do caso. Desde a defesa do nazismo ao pedido de prisão. Confira abaixo:

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1- “Jesus e Hitler eram caras inteligentes”, disse youtuber antes da fama

2- Glenn Greenwald acusa Tabata Amaral de “censura” no caso

3- “Eu conversaria com Hitler”, disse youtuber

Nazismo como “liberdade de expressão”

Durante entrevista, o apresentador afirmou que “a esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical. As duas tinham que ter espaço na minha opinião”.

“Eu acho que tinha que ter um partido nazista reconhecido pela lei”, disse ainda e perguntou: “as pessoas não têm o direito de ser idiotas?”. Kim Kataguiri, do MBL, concordou com o Monark.

Tabata se revoltou e ficou contra. Os dois lembraram dos discursos de partidos como PCO, que fala em “fuzilar burgueses”, e o PCdoB, que teria supostamente defendido a Coreia do Norte.

Monark detonado nas redes

Monark chegou nos Trending Topics com mais de 22 mil menções no Twitter. Nazismo está com mais de 13 mil menções. Todos os posts são negativos ao host do Flow Podcast. Confira AQUI.

Patrocinadores rompem com Flow

A declaração do youtuber teve efeitos catastróficos para o canal Flow Podcast. Patrocinadores do podcast de entrevistas estão encerrando seus contratos após a fala lamentável do apresentador.

A Flash Benefícios foi a primeira a pular fora. Pouco depois da repercussão negativa, a empresa enviou uma nota de repúdio às declarações de Monark e comunicou o encerramento da parceria comercial.

A loja de roupas Insider Store também retirou o patrocínio do canal. “A gente está suspendendo qualquer tipo de parceria com o podcast Flow e do nosso lado também exigindo a saída do Monark do podcast. A gente acredita que mensagens de ódio não podem ser disseminadas para a população”.

A marca de materiais esportivos Puma disse nas redes sociais que discorda e repudia a declaração. A conta oficial da empresa no Twitter informou que não é patrocinadora do Flow Podcast, apresentado por Monark, mas que já realizou uma ação com o programa no passado.

Hidromel Philip Mead também se manifestou e rompeu o acordo que tinha com o podcast. “Somos radicalmente contra qualquer tipo de regime nazista, mesmo que de forma indireta”, afirma trecho da nota.

Kim Kataguiri se explica

Massacrado nas redes sociais após se juntar ao youtuber Monark na defesa da criação de um partido nazista no Brasil, o deputado federal Kim Kataguiri (Podemos-SP) se manifestou em seu canal no YouTube.

O parlamentar afirmou que sua fala foi distorcida. “Estão utilizando notícia, notinha, pra me caluniar, mas está ai o que eu disse.”

“O que eu disse é o seguinte, a melhor maneira de repudiar essa ideologia nefasta, monstruosa é justamente você criando a rejeição social, cultural, fazendo com que essa ideia seja inadmissível por meio do debate. Eu não fiz nenhuma defesa de nazismo, nenhuma defesa de existência de nazistas, pelo contrário, não tem ninguém que tenha um posicionamento mais pro-israel dentro do parlamento do que eu”, afirmou.

Cancelamento de participações

O filho de Zico, Junior Coimbra, anunciou pelo Twitter, na tarde desta terça-feira (08), que seu pai participaria, hoje, de um podcast do Flow Sports Club. De acordo com Junior, o ídolo do Flamengo cancelou assim que assistiu ao vídeo de Monark defendendo a legalização de um partido nazista no Brasil.

O Flow Sports Club não é apresentado por Monark, mas é um braço do programa que recebe personalidades do esporte.

“Meu pai iria sim participar hoje à tarde do Flow Sports Club, mas ele cancelou assim que assistiu ao vídeo. Não precisou muito…”, publicou Junior.

Pedido de desculpas

Monark postou um vídeo pedindo desculpas. A desculpa de que estava bêbado foi dita pelo apresentador ao menos três vezes no vídeo, publicado em sua conta no Twitter.

Lacrimoso, ele argumentou que estava “muito bêbado” quando afirmou, em conversa com os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP), que “tinha que ter um partido nazista reconhecido pela lei” no país. Disse ainda que “se o cara quiser ser anti-judeu, eu acho que ele tem o direito de ser”.

“Eu queria fazer esse vídeo pra só pedir desculpa mesmo. Eu errei, a verdade é essa. Eu tava muito bêbado e eu fui defender uma ideia que acontece em outros lugares do mundo, mas eu fui defender essa ideia de um jeito muito burro, eu tava bêbado”, afirmou.

Apresentadores ameaçam demissão

O apresentador do Flow Sport Club, Davy Jones, publicou um vídeo em suas redes sociais, na tarde desta terça-feira (08), em que repudia as falas de Monark, no Flow, sobre o nazismo. Ele anunciou que já comunicou à equipe do programa que não continuará caso Monark continue.

“Se o Monark continuar no Flow, eu não continuo. Vamos ver o que vai acontecer”, afirmou Davy Jones pelos stories.

“Repudio absolutamente tudo que foi falado por ele ontem, é um negocio que eu não acreditei, sinceramente, de tão absurdo que foi”, disse Davy no vídeo.

Entrevista sai do ar

O episódio do podcast Flow em que o apresentador Monark defende a legalidade de um partido nazista no Brasil (e o deputado federal Kim Kataguiri concorda), saiu do ar na tarde desta terça-feira (08). Até o momento, é impossível saber se quem retirou foi o próprio Flow ou se foi o YouTube.

Ao entrar no canal do Flow no YouTube não é mais possível visualizar o episódio completo e nem trechos em que o apresentador fala sobre o nazismo.

Embaixada da Alemanha se posiciona

A Embaixada da Alemanha no Brasil se posicionou contra a fala de Monark, no Flow Podcast. A entidade publicou uma foto no Twitter afirmando que “defender o nazismo não é liberdade de expressão” e “quem defende o nazismo desrespeita a memória das vítimas e dos sobreviventes”.

“Não. Defender o nazismo não é liberdade de expressão. Quem defende o nazismo desrespeita a memória das vítimas e dos sobreviventes desse regime e ignora os horrores causados por ele”, disse a Embaixada na rede social.

Monark é demitido

O YouTuber e apresentador Monark, do podcast Flow, foi demitido da empresa na tarde desta terça-feira (08). O anúncio foi dado pelo perfil do stream em um comunicado oficial no Twitter. A demissão acontece após a polêmica do dia ao redor do streamer, que fez defesa para a existência do partido nazista.

Pedido de prisão

O Movimento Judias e Judeus pela Democracia São Paulo decidiu tomar uma medida contra Mosark. O grupo judeu pede a prisão do Youtuber “por apresentar e incentivar comportamentos de violência e de ódio incompatíveis com a pluralidade de um Estado Democrático de Direito, além de colocar a vida de minorias em risco”.

Além da detenção, o movimento solicita uma investigação sobre a conduta de Monark e uma eventual filiação dele a grupos de neonazistas. A organização enviará ao Ministério Público, ao Ministério Público Federal e à Procuradoria-Geral do estado de São Paulo uma representação com os pedidos.

“Entendemos que a vida de judeus e outras populações perseguidas pelo nazismo, como negros, LGBTQIA+, Romani e dissidentes políticos, encontram-se hoje mais vulneráveis e ameaçadas no Brasil, após as falas de Monark”, diz o grupo.

Kataguiri x PGR

A PGR vai investigar se o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) fez apologia ao nazismo em entrevista ao Flow Podcast, do youtuber Monark, na última segunda (7). A Procuradoria-Geral da República também avaliará se o apresentador também cometeu crime ao defender a “legalização do Partido Nazista”.

A determinação para que a investigação ocorra foi feita pelo procurador-geral, Augusto Aras. No programa do YouTube, o líder do MLB disse que não concordava com o fato da Alemanha ter criminalizado o nazismo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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