Pedro Cardoso: “Apenas uma economia voltada para o público, e não para o lucro, poderá produzir saúde pública”

Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/Instagram

Do Instagram do ator Pedro Cardoso, ex-Globo:

Bom dia.

Dias difíceis, né?

Mas também, reveladores.

O egoísmo humano construiu um sistema de convívio organizado para produzir multi-bilionários e miseráveis; e variações de ricos e pobres entre esses extremos. Todos lutamos para chegar ao topo mesmo sabendo que só há topo se houver base. Não há em prática no planeta nenhuma ordem jurídica – nem econômica, por consequência – destinada a produzir justiça social absoluta; o que na prática significa SERVIÇOS PÚBLICOS que atendam a tudo o que for essencial para a plenitude da vida. Pode haver variação do modo como podemos nos prover serviços públicos.

Pode mesmo haver compromisso com o atendimento ao interesse público por parte de uma organização privada. Muito pode ser possível e útil, eu acho, se for orientado para o bem comum. Até mesmo alguém vir a ficar mais rico que a média por talento ou esforço ou sorte. Mas a ordem jurídico-econômica visa produzir apenas multi-bilionários, as classes médias e os miseráveis indispensáveis para o seu sustento.

Talvez, as sociais democracias européias e algumas experiências comunistas, como a cubana, tenham conseguido amenizar os efeitos dessa economia. Em Cuba e na Europa se vive hoje melhor do que antes da 2 Guerra. Mas nem uma nem outra mudaram as bases sobre as quais se ergue o capitalismo, que é o modo industrial de produção e a exploração do trabalho. Pensar um outro mundo é o desafio do futuro, na minha opinião. Eu não sei imaginar qual seria, sinceramente. Mas sei que é mandatório tentar. Num momento como este, dizem, o grande problema é evitar que a economia pare de rodar! Mas como poderá uma economia que produz a morte – ao produzir miséria – vir a nos salvar a vida?

Não poderá. Se a crise persistir, ela vai criar uma paradoxo para este modelo. Apenas uma economia voltada para o bem público, e não para o lucro sem limites, poderá produzir saúde pública.

A administração do bem público fracassa por várias razões – corrupção, acomodação, ilusão etc -, eu sei, estou ciente; mas não podemos desistir dela em favor do mercado total de tudo.

Quem tratará dos pobres neste momento? O SUS! E todos somos pobres diante da morte.

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Bom dia. Dias difíceis, né? Mas também, reveladores. O egoísmo humano construiu um sistema de convívio organizado para produzir multi-bilionários e miseráveis; e variações de ricos e pobres entre esses extremos. Todos lutamos para chegar ao topo mesmo sabendo que só há topo se houver base. Não há em prática no planeta nenhuma ordem jurídica – nem econômica, por consequência – destinada a produzir justiça social absoluta; o que na prática significa SERVIÇOS PÚBLICOS que atendam a tudo o que for essencial para a plenitude da vida. Pode haver variação do modo como podemos nos prover serviços públicos. Pode mesmo haver compromisso com o atendimento ao interesse público por parte de uma organização privada. Muito pode ser possível e útil, eu acho, se for orientado para o bem comum. Até mesmo alguém vir a ficar mais rico que a média por talento ou esforço ou sorte. Mas a ordem jurídico-econômica visa produzir apenas multi-bilionários, as classes médias e os miseráveis indispensáveis para o seu sustento. Talvez, as sociais democracias européias e algumas experiências comunistas, como a cubana, tenham conseguido amenizar os efeitos dessa economia. Em Cuba e na Europa se vive hoje melhor do que antes da 2 Guerra. Mas nem uma nem outra mudaram as bases sobre as quais se ergue o capitalismo, que é o modo industrial de produção e a exploração do trabalho. Pensar um outro mundo é o desafio do futuro, na minha opinião. Eu não sei imaginar qual seria, sinceramente. Mas sei que é mandatório tentar. Num momento como este, dizem, o grande problema é evitar que a economia pare de rodar! Mas como poderá uma economia que produz a morte – ao produzir miséria – vir a nos salvar a vida? Não poderá. Se a crise persistir, ela vai criar uma paradoxo para este modelo. Apenas uma economia voltada para o bem público, e não para o lucro sem limites, poderá produzir saúde pública. A administração do bem público fracassa por várias razões – corrupção, acomodação, ilusão etc -, eu sei, estou ciente; mas não podemos desistir dela em favor do mercado total de tudo. Quem tratará dos pobres neste momento? O SUS! E todos somos pobres diante da morte.

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Pedro Zambarda de Araujo

Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: pedrozambarda@gmail.com

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