Após primeiro dia com críticas sociais, Carnaval em SP termina com escolas celebrando negros

Do O Globo:

Após um primeiro dia com enredos que adotaram fortes críticas sociais, o segundo dia de desfiles começou no mesmo ritmo com a Águia de Ouro mas terminou em um tom mais positivo: Vai-Vai, Rosas de Ouro e Unidos de Vila Maria fizeram homenagens ao povo negro, aos armênios, vítimas de genocídio e à nação peruana. O carnaval paulistano terminou com a tradicional Gaviões da Fiel, escola formada a partir da torcida homônima do Corinthians.

O principal destaque na noite foi a Vai-Vai. A escola do bairro do Bixiga fez uma ode ao povo negro desde a concentração, onde o presidente Neguitão animou a torcida com o grito de ordem “Todo o poder ao povo negro!”. O samba-enredo, fortemente politizado, era uma demonstração de força e confiança na capacidade dos afro-descendentes. Um dos destaques da escola foi a homenagem feita à ex-vereadoda Marielle Franco, do PSOL, assassinada há um ano e cuja execução ainda não foi elucidada.

Com a única mulher intérprete no carnaval de São Paulo, Grazzi, a escola se credenciou como uma das principais favoritas ao título desde ano. O segundo dia de desfiles teve uma qualidade melhor que o primeiro desde a primeira escola. A Águia de Ouro, que voltou ao Grupo Especial após um ano no Grupo de Acesso, também promete brigar pelas primeiras posições após um desfile que também levantou os fãs presentes no Anhembi.

A escola apostou na crítica à exploração das riquezas brasileiras. O enredo, desenvolvido por uma comissão de Carnaval que inclui Laíla, reconhecido por mais de duas décadas na Beija-Flor, criticava a colonização portuguesa, a exploração do látex e a corrupção. O penúltimo carro da escola tinha como destaque um vampiro que manipulava políticos.

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